Os cafés especiais têm valor agregado e demanda de mercado. A venda e cultivo representam uma oportunidade.
Crédito: Moraes Neto | Sebrae

Sebrae vai estimular o cultivo e o consumo de cafés especiais no Rio Grande do Norte

 

O cultivo de grãos da bebida que tem a cara do Brasil em solo potiguar ainda que incipiente, tem uma perspectiva muito promissora. O estado já adentrou no nicho desta produção. Os seletos grãos superiores, para alcançar uma bebida classificada como café especial, são explorados pelo Café Jaçanã, cuja área de cultivo está localizada na região do Trairi. Para 2023, essa experiência está sendo multiplicada em outras quatro unidades demonstrativas nas cidades de Portalegre e Coronel João Pessoa.

Considerando o cenário otimista, o Sebrae no Rio Grande do Norte, por meio do Programa AgroNordeste, busca ampliar o segmento e está estimulando produtores rurais do RN a apostar na cafeicultura como opção de negócio e integrá-los com a ponta dessa cadeia, as cafeterias especializadas em blends diferenciados, cujos estabelecimento têm se multiplicado na região Metropolitana de Natal e em algumas cidades do interior. A intenção é fomentar a produção e o consumo para destacar o Rio Grande do Norte no mercado de cafés especiais no Brasil e no Mundo.

Nesta primeira edição do seminário, Sebrae e parceiros sinalizam esforços estratégicos nesta direção, para mostrar a viabilidade técnica do cultivo do café em micro lotes com alto valor agregado e um crescente mercado consumidor, que demanda estabelecimentos cada vez mais especializados na oferta desses cafés superiores – bebidas de alta qualidade que segue uma avaliação internacional da SCAA. A metodologia de Avaliação Sensorial da SCAA (Specialty Coffee Association of America), usada no mundo todo, é usada para a classificação de Cafés Especiais. Para ser considerado um Café Especial tem que ter pontuação mínima de 80 pontos na escala da metodologia (que vai até 100).

O evento visa não somente apresentar a cafeicultura como oportunidade no setor agrícola, mas também, explicar o perfil agronômico da cadeia produtiva e que potenciais e estilos de produção podem ser adotados no RN. O seminário será realizado no próximo dia 28, a partir das 8h, na sede do Sebrae, em Natal, e deverá reunir cerca de 150 participantes. As inscrições podem ser feitas através da internet.

Durante o evento, serão apresentadas as diretrizes do Ministério da Agricultura para a produção de café. Além disso, será exposta a estratégia do Sebrae Nacional para fomentar a produção de cafés especiais no país. Os participantes também terão a oportunidade de conhecer as vantagens e os benefícios de participar do Programa Empreender- Núcleo Empresarial de Cafeterias de Natal. Para quem deseja apostar no cultivo dos grãos, será feito um perfil agronômico para produção de café superior, tendo como experiência a Rota Verde do Café na região Maciço do Baturité, no Ceará, e casos de sucesso de produtores que investiram nesse ramo aqui no Nordeste e estão bem posicionados no mercado regional e internacional. O seminário conta com a parceria do Mapa, Senar, Emparn, Empreender e Abrasel.

Fazer do estado uma referência em cafés especiais não é uma realidade distante, o Ceará nos ensina isto através da sua jornada de mais de 10 anos de trabalho intenso. Por isso, o Programa AgroNordeste está empenhado em ações para o desenvolvimento desse setor no Rio Grande do Norte.

“Um dos eixos do programa é apoiar o investimento em novos produtos e com agregação de valor. E estamos apresentando essa possibilidade de desenvolvimento de uma nova cadeia para o produtor rural. Na verdade, a gente quer trazer um novo horizonte acerca de um produto que está sendo tão valorizado e tem sido crescente a demanda”, explica o gestor do AgroNordeste no RN, Elton Alves Terreno fértil para empreender

Segundo o analista técnico do Sebrae, o estado tem condições semelhantes às encontradas na região do Maciço do Baturité. “Podemos iniciar um protagonismo no cenário da produção de café especial do Brasil. O mercado para a bebida está muito aquecido. Cada vez mais, os requisitos para o reconhecimento de uma bebida especial entram em evidência, o que exige conhecimento dos profissionais que atuam com o produto. Isso traz uma excelente perspectiva”, defende Elton Alves.

A cafeicultura é desafiadora, já que em média são apenas uma safra a cada dois anos, porém rentável. Isso já foi comprovado com o caso do Café Jaçanã, para o qual o Sebrae tem dado suporte técnico e acompanhamento, repassando técnicas de manejo, informações sobre correção do solo, irrigação e climatização. “Entendemos as características de cada região e também o potencial de cada uma. Pretendemos fazer exatamente essa capacitação técnica, trazendo a equipe de agrônomos do Ceará para o repasse de tecnologias”.

Capacitação para cafeterias

Para o cultivo ser viável, é necessário ter um mercado preparado para absorver essa produção. Por isso, a capacitação dos profissionais das cafeterias é fundamental. A ideia é ajudá-los a identificar um grão especial e essa distinção ser fundida como experiência para o público. Daí a parceira com a Abrasel e o Núcleo de Cafeterias de Natal , que é atendido pelo Sebrae. O grupo se reúne periodicamente para desenvolver ações de fortalecimento do setor e reconhecimento dos cafés superiores.

  Revista Negócios
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