O cliente mudou a forma de consumir e os empreendedores, muitas vezes, sentem dificuldade de saber como alinhar o negócios analógico ao meio digital. O novo projeto do Sebrae do Rio Grande do Norte, o “Desenvolvimento do Ecossistema de Inovação Regional”, lançado essa semana no Seridó e no Trairi, pretende colaborar para que o empresário possa se posicionar melhor no mercado, com ferramentas que garantam um alcance maior aos seus negócios, tanto em clientes quanto em resultados.
Experiência similar já acontece com o Sebrae Lab, em Natal, onde empreendedores tem a oportunidade de conversar com especialistas de temáticas específicas, como inovação e transformação digital, e buscam ferramentas que podem ser aplicadas aos seus negócios.
Palestrante no lançamento do Projeto Desenvolvimento do Ecossistema de Inovação Regional, a jornalista Erika Zuza destacou que as empresas precisam ser cada vez mais “PHD – Physical, Humanity e Digital”. Segundo ela, as empresas devem avaliar a estrutura física (Physical), administram bem o seu pessoal (Humanity) para ter uma equipe eficiente, e ter o seu lado Digital bem estruturado. “A maior dificuldade do empregador é encontrar pessoas com múltiplas habilidades comunicacionais, que saibam entender o cliente e transformar os problemas em soluções”, observou Erika.
O consultor de Marketing Digital, Fábio Farias, também foi palestrante no evento de lançamento e levou dicas como princípios de um bom anúncio (oferta, segmentação e criativo), como conseguir criar públicos que realmente tragam resultado e abordou alguns cases interessantes da área. “Cada rede social tem uma linguagem específica. É preciso ter uma boa imagem para ser atrativo, anunciar uma boa oferta para se diferenciar dos demais concorrentes e definir bem a segmentação do seu público. Não adianta só replicar conteúdo ou querer atingir todo mundo com o anúncio”, advertiu Fábio.
Para pensar nas mídias sociais a favor dos negócios, George Daniel, criador da página Signos Nordestinos e palestrante no lançamento, lembrou que é preciso conhecer o público, entender a “persona” da sua comunicação para gerar empatia com os seguidores e clientes. Depois é preciso saber o que vender e planejar melhor como produzir.
“Lancei uma coleção de produtos da Signos Nordestinos. A preocupação com a qualidade dos produtos e o tempo de entrega fez com que eu optasse por vender o uso da marca para uma empresa já especializada na produção e comercialização. Não podia correr o risco de ganhar uma enxurrada de reclamações e prejudicar o projeto inicial”, exemplificou George Daniel, o seridoense que tem dois milhões de seguidores na internet.
O Projeto Desenvolvimento do Ecossistema de Inovação Regional do Sebrae será executado com trinta empresas de Caicó, trinta de Currais Novos e trinta de Santa Cruz. Além do aspecto Transformação Digital, os consultores trabalharão as áreas de Mercado, Gestão e Inovação. O projeto piloto do Sebrae RN terá duração de quinze meses.
Inovação no consumo
É preciso estimular o empreendedorismo em um novo contexto. A forma de fazer negócios mudou, o comportamento do cliente mudou também. “A vida está passando rápido e de maneira muito digital. É preciso ter foco em ações de inovação e transformação digital”, enfatizou Marcelo Toscano, diretor de operações do Sebrae do Rio Grande do Norte, na última terça-feira (19), em Currais Novos, durante o lançamento do Projeto Desenvolvimento do Ecossistema de Inovação Regional.
O Projeto surgiu a partir da soma de componentes positivos observados pelo Sebrae: as ações exitosas do Sebraelab, em Natal, com o propósito de replicá-las para o interior; a existência do Metrópole Digital, que estimula startups; e a evolução percebida nos negócios acompanhados pelo Programa ALI – Agentes Locais de Inovação. Os primeiros municípios onde o projeto será desenvolvido serão Caicó, Currais Novos e Santa Cruz, por também contarem com a presença de cursos e instituições universitárias que serão parceiros.
Segundo a analista técnica do Sebrae, Edinete Heloisa, a ideia surgiu em 2018, com a realização do Seridó Digital, o primeiro seminário de marketing digital da região, e da Maratona Universitária. “Por isso, agora iremos envolver empresas e universitários no desenvolvimento dessa nova metodologia, que terá duração de quinze meses”, explica Edinete. O Projeto Desenvolvimento do Ecossistema de Inovação Regional iniciará com o acompanhados de noventa negócios do Seridó e Trairí.
Após o credenciamento das empresas, serão iniciados os diagnósticos, para mensurar a maturidade de gestão desses negócios quanto à inovação e a transformação digital. Os consultores trabalharão em quatro áreas: Mercado, Gestão, Inovação e Transformação Digital. “Não conseguimos falar de inovação digital de forma isolada das estratégias de atuação das empresas. Queremos sensibilizar o empresário a pensar no digital como uma vertente da gestão do seu negócio. Vamos trabalhar as diversas áreas da empresa, como planejamento, finanças e pessoal, para poder integrar o contexto de inovação ao cotidiano desses negócios”, detalhou a analista do Sebrae.
O Projeto Desenvolvimento do Ecossistema de Inovação Regional envolverá negócios de diferentes perfis, sejam microempreendedores individuais, microempresas ou empresas de pequeno porte, comércio, indústria ou serviços. Um dos desafios é estimular a inovação em negócios tradicionais como escritórios de contabilidade, supermercados, lojas de suprimento para informática, entre outros, testando o modelo em várias hipóteses.
É uma iniciativa piloto do Sebrae RN. “Uma das nossas propostas com o projeto é entregar um modelo que possa ser replicado em qualquer unidade federativa, por isso o cuidado em definir cada etapa e as ferramentas específicas do projeto. É um compromisso com a sociedade e com a instituição Sebrae”, explica Edinete.
O lançamento do Projeto aconteceu com eventos em Caicó, Currais Novos e Santa Cruz, no período de 19 a 21 de março. A programação contou com os palestrantes: o jornalista Fábio Farias, especialista em Inbound Marketing e estratégias digitais; a jornalista Érika Zuza, consultora de mídias e empreendedora do Papo de Mídias; e o seridoense George Daniel, criador do projeto web cultural Signos Nordestinos
Fonte: Agência Sebrae