Mais tempo em casa. Necessidade de espaço. Demanda por locais adequados para a prática do home office. A pandemia trouxe consigo novas necessidades quando o assunto é morar bem. Não atoa o mercado imobiliário sentiu aumento na procura de imóveis, assim como melhores condições de compra para oferecer aos compradores. Mas, porque adquirir um imóvel mesmo em um cenário incerto é uma alternativa tão vantajosa?
“A taxa Selic teve queda devido ao incentivo do governo para movimentar a economia. Com os juros mais baratos, o crédito de financiamento se tornou mais acessível. Mesmo atravessando uma pandemia, esse é o melhor contexto dos últimos 10 anos para adquirir um imóvel por financiamento. Taxas a partir de 5,39% nunca existiram na história do sistema de habitação”, comenta Rafael Scodelario, especialista em mercado imobiliário.
Outro fator positivo é que a taxa contratada durante o financiamento se mantém mesmo com a alta da taxa básica de juros. “Quando você fecha negócio por meio do Sistema de Amortização Constante, você adere à taxa de juros atual e todo mês irá ocorrer uma redução nesse valor até que o saldo devedor estiver sem juros ao final, a não ser que seja outras modalidades de financiamento, como a remodeladas pelo IPCA, regidas pela inflação”, elucida o especialista em mercado imobiliário.
Apesar da vacina começar a dar os primeiros-passos de maneira tímida, a tendência é que a economia vá se recuperando e a taxa Selic volte aos patamares anteriores. “A previsão é bater 3,5% até o final do ano. Nesse contexto, taxas que são de 3,39% ao mês sobem para 6,5% ao mês a partir dessa retomada. Há uma boa diferença na taxa do financiamento e na parcela paga pelo adquirente nesses casos”, exemplifica.
Mesmo com a projeção de aumento da taxa Selic, essa porcentagem ainda será razoavelmente baixa comparada aos últimos anos. Rafael Scodelario estima que haverá, pelo menos, cinco anos de bom mercado no setor do ponto de vista do financiamento. “Porém, oportunidades de preço baixos dos imóveis tendem a diminuir, visto que a oferta está mais abundante devido ao grande número de pessoas que tiveram déficits financeiros, o que faz com que o comprador consiga barganhar no preço”, alerta.
Antes de adquirir um financiamento, porém, o especialista imobiliário alerta para que o adquirente estude bem a modalidade e tenha uma boa projeção de planejamento financeiro. “É necessário ter consciência que esse tipo de compra, em 80% dos casos, passa de 300 meses. Ao fazer o cálculo, é preciso considerar os juros, mesmo que baixos, por isso a pessoa precisa entender que ir antecipando de trás para frente as parcelas, que são sem juros, é essencial para que financiamento o seja vantajoso”, recomenda.