Crédito: Marcelo Camargo | Agência Brasil

Bioeconomia ajudará Brasil a reduzir dependência externa e a aumentar a conservação

TER. 25 AGO

O Brasil possui diversas vantagens para ser protagonista na bioeconomia, que tem como base o uso de tecnologia 4.0 para fabricação de produtos de alto valor agregado com recursos da biodiversidade. Entre as principais está o fato de ser o país com a maior biodiversidade do mundo, com 20% de todas as espécies do planeta, e possuir um corpo científico de excelência em áreas como biocombustíveis e bioquímica. A constatação está no estudo Bioeconomia e a Indústria Brasileira, da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

No entanto, o estudo destaca que essas vantagens não bastam para fazer a bioeconomia avançar de forma consistente. “Entre os principais desafios, está a construção de uma governança para a bioeconomia, que deve ser liderada pelo governo federal envolvendo diversos ministérios, indústrias, universidades e instituições de pesquisa”, afirma o presidente da Confederação Nacional das Indústrias - CNI, Robson Braga de Andrade.

O sentimento de urgência dessa agenda, que vinha crescendo de forma tímida, aumentou durante a pandemia do coronavírus. Por um lado, essa crise trouxe a necessidade de países reverem a dependência externa de insumos fundamentais, como extratos e reagentes para os setores farmacêutico e bioquímico. Por outro, intensificou a busca pela conservação de recursos da biodiversidade para garantir insumos e reduzir os efeitos da perda da diversidade biológica e das mudanças climáticas, principais causas de aumento de frequência de pandemias pelo mundo.

Para o Brasil, a bioeconomia traz outros atrativos a mais, entre os quais valorizar a marca biodiversidade brasileira e, consequentemente, contribui para melhorar a imagem do país no exterior. Esses fatores contribuem ainda para facilitar o ingresso do país na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o andamento do acordo Mercosul e União Europeia.

Um caminho para dar mais agilidade à agenda de bioeconomia no país, segundo o estudo, seria destinar parte dos investimentos de pesquisa, desenvolvimento e inovação em cadeias já consolidadas no Brasil como a de produtos a partir da cana-de-açúcar, como o etanol, e os de base florestal, como o papel e celulose, em que o país é dos maiores produtores mundiais.

Ter essa estrutura é um bom começo para evoluir no desenvolvimento de produtos com maior valor agregado, como bioplásticos, corantes, lubrificantes, nanofibras e fármacos. “Está na hora de planejarmos e coordenarmos uma estratégia de Estado para converter esse potencial da biodiversidade brasileira na geração de emprego e renda e aumento da competitividade da indústria brasileira”, reforça Andrade.

Mais informações:

https://www.fiern.org.br/bioeconomia-ajudara-brasil-reduzir-dependencia-externa-e-aumentar-conservacao/

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