Vendas no varejo variam -0,2% em fevereiro

QUI. 12 ABR

Em fevereiro de 2018, o volume de vendas do comércio varejista nacional variou -0,2% frente a janeiro, na série com ajuste sazonal, após avançar 0,8% de dezembro para janeiro. Com isso, a média móvel trimestral ficou estável (0,0%). Na série sem ajuste sazonal, o comércio varejista cresceu 1,3% em relação a fevereiro de 2017. Foi a décima primeira taxa positiva seguida, embora a menos acentuada. Com isso, o varejo acumulou alta de 2,3% no ano. O acumulado nos últimos doze meses cresceu 2,8%, mantendo a recuperação em curso desde outubro de 2016, segundo dados do IBGE.

No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, o volume de vendas variou 0,1% em relação a janeiro e contribuiu para que a média móvel trimestral também ficasse próxima à estabilidade (-0,1%) no trimestre encerrado em fevereiro. Frente a fevereiro de 2017, houve alta de 5,2%, décima taxa positiva consecutiva, acumulando ganho de 5,9% no ano. O acumulado nos últimos doze meses (5,4%) foi o maior desde julho de 2013 (5,8%). 

A variação negativa no volume de vendas do comércio varejista na passagem de janeiro para fevereiro de 2018, série ajustada sazonalmente, alcançou quatro das oito atividades investigadas. O recuo mais relevante foi em hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,6%), setor de maior peso do varejo, seguido por tecidos, vestuário e calçados (-1,7%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,8%), todos compensando os avanços de janeiro de 2,3%, 0,8% e 7,3%, respectivamente. Combustíveis e lubrificantes, com recuo de 1,4%, teve o quarto resultado negativo seguido.

Com resultado positivo frente a janeiro de 2018, encontram-se: móveis e eletrodomésticos (1,5%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,8%); Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (2,7%) e Livros, jornais, revistas e papelarias (1,6%).

Em relação a fevereiro de 2017, o volume do comércio varejista subiu 1,3%, décimo primeiro resultado positivo seguido, alcançando cinco das oito atividades. Por ordem de contribuição à taxa global, hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (2,0%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (8,3%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (4,3%), móveis e eletrodomésticos (3,2%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (5,8%). Por outro lado, pressionando negativamente figuram: combustíveis e lubrificantes (-7,0%), Tecidos, vestuário e calçados (-5,8%) e livros, jornais, revistas e papelaria (-5,6%).

Impacto positivo
Frente a fevereiro de 2017, o setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (2,0%) exerceu o maior impacto positivo no desempenho global do varejo. O resultado de fevereiro marca a décima primeira taxa positiva consecutiva, porém a menos acentuada desde agosto de 2017 (1,7%). O aumento da massa de rendimentos reais habitualmente recebida e a redução sistemática da inflação de alimentação no domicílio foram os principais fatores que impulsionaram o desempenho positivo do setor, com ganho acumulado de 2,6% no ano. No acumulado nos últimos doze meses a atividade avançou 2,0%, mantendo-se em trajetória ascendente desde março de 2017 (-3,0%).

Outros artigos de uso pessoal e doméstico teve aumento de 8,3% na comparação com fevereiro de 2017, acima da média global do varejo. O acumulado no ano foi de 9,2%; o acumulado nos últimos doze meses foi de 4,3%, a taxa mais elevada desde setembro 2015 (3,4%), mantendo a trajetória de recuperação iniciada em setembro de 2016 (-10,4%).

O volume de vendas de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos mostrou expansão de 4,3% em relação a fevereiro de 2017. Com caráter de uso essencial, o setor farmacêutico registrou, em fevereiro de 2018, a décimo resultado positivo consecutivo, exercendo a terceira maior contribuição para taxa global, porém a menor variação positiva desde julho de 2017 (2,2%). A taxa acumulada no bimestre de janeiro-fevereiro ficou em 4,9%; o acumulado nos últimos doze meses foi de 3,8%, mantendo o setor em trajetória ascendente desde abril de 2017 (-3,5%).

Móveis e eletrodomésticos (3,2%) teve a décima taxa positiva consecutiva frente a fevereiro de 2017, porém a menos acentuada dentre elas. Esse resultado, acima da média geral das vendas, está associado à maior disponibilidade de crédito à pessoa física. Com isso, o acumulado no ano foi de 4,3%. O acumulado nos últimos doze meses (10,4%) manteve a trajetória de recuperação iniciada em março de 2016 (-16,6%).

Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com avanço de 5,8% em comparação com fevereiro de 2017, registrou a segunda taxa positiva consecutiva. Com isso, o acumulado do ano foi de 5,2%; o acumulado nos últimos doze meses (-0,7%) manteve a trajetória de recuperação iniciada em março 2017 (-10,8%).

Frente a fevereiro de 2017, Combustíveis e lubrificantes (-7,0%) exerceu a maior contribuição negativa no resultado total do varejo. É a oitava taxa negativa seguida e mais acentuada do que a do mês anterior (-4,1%), influenciada pela elevação dos preços de combustíveis acima da variação média de preços. Com isso, o acumulado no ano permanece negativo (-5,5%), enquanto o acumulado nos últimos doze meses tem taxa negativa (-3,0%), mas em trajetória ascendente desde fevereiro de 2017 (-8,9%).

Tecidos, vestuário e calçados, com variação de -5,8% em relação a fevereiro de 2017, teve a primeira taxa negativa após sequência de doze taxas positiva. Com isto, o acumulado no ano ficou em -2,6%. O acumulado nos últimos doze meses (7,0%), manteve a recuperação iniciada em outubro de 2016 (-11,5%).

Livros, jornais, revistas e papelaria teve variação -5,6% frente a fevereiro de 2017, influenciada especialmente por jornais e revistas, devido a substituição de alguns produtos impressos pelo meio eletrônico. O acumulado no bimestre janeiro-fevereiro foi de -6,5%. O acumulado nos últimos doze meses permanece negativo (-3,5%), mas sinaliza recuperação desde outubro 2016 (-16,8%).

Considerando o comércio varejista ampliado, a variação ficou próxima a estabilidade (-0,1%), com Veículos e motos, partes e peças mostrando avanço de 2,5%, enquanto Material de construção teve queda de 0,3% para o volume de vendas.

Frente a fevereiro de 2017, o volume de vendas do varejo ampliado subiu 5,2%, décima taxa positiva consecutiva, impulsionada pelo desempenho positivo de Veículos, motos, partes e peças (20%), que respondeu por 65% do varejo ampliado. Com isto, o varejo ampliado acumula expansão de 5,9% no primeiro bimestre. O acumulado nos últimos doze meses ficou em 5,4% e manteve a recuperação observada desde julho de 2016 (-10,4%).

Veículos, motos, partes e peças mostrou avanço de 20,0% no volume de vendas frente a fevereiro de 2017, taxa mais elevada desde abril de 2013 (22,5%), e acumula 19,0% no ano. O acumulado nos últimos doze meses (7,1%) foi o resultado mais elevado desde julho de 2013 (6,2%) e permaneceu em trajetória ascendente desde fevereiro 2017 (-13,2%).

Material de construção (6,0%) completa dez meses de alta na comparação com o mesmo mês do ano anterior, porém com a variação menos acentuada desde junho de 2017 (6,7%). No acumulado de janeiro a fevereiro a taxa ficou em 6,8%. O acumulado em doze meses (10,0%) mostra trajetória ascendente desde julho 2016 (-12,9%) e registrou a taxa mais elevada desde abril de 2012 (9,4%).

Resultados regionais: avanço em 12 estados em fevereiro
Na passagem de janeiro para fevereiro de 2018, na série com ajuste sazonal, as vendas no comércio varejista avançam em 12 das 27 Unidades da Federação, com destaque para Tocantins (9,9%). Houve estabilidade no Mato Grosso (0,0%). Os maiores recuos ocorreram no Rio Grande do Norte (-3,2%) e Distrito Federal (-3,0%). Ainda na série ajustada, no comércio varejista ampliado, 15 das 27 Unidades da Federação mostraram aumento nas vendas, com as maiores taxas no Amapá (7,4%), Espírito Santo (7,2%) e Tocantins (7,0%), enquanto a menor variação foi no Rio Grande do Norte (-4,6%).

Frente a fevereiro de 2017, na série sem ajuste sazonal, o comércio varejista avançou em 17 das 27 unidades da federação, com destaque para Tocantins (19,7%), Espírito Santo (16,9%) e Roraima (12,0%). Por outro lado, Goiás (-9,7%) e Distrito Federal (-3,0%) tiveram as quedas mais intensas. Quanto à participação na composição nesta taxa do varejo, destacaram-se: Rio Grande do Sul (10,0%), Santa Catarina (9,3%) e Espírito Santo (16,9%).

Considerando o comércio varejista ampliado, 23 das 27 Unidades da Federação apresentaram variações positivas no volume de vendas na comparação com o mesmo período do ano anterior, com destaque para Espírito Santo (34,9%), Tocantins (20,7%) e Roraima (16,8%). Na composição da taxa positiva do varejo ampliado, destacaram-se São Paulo (4,9%), Santa Catarina (12,9%) e Rio Grande do Sul (10,0%).


Fonte: IBGE

 

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