O Brasil inovador foi tema de debate no 8 Congresso Nacional de Inovação da Indústria, evento realizado pelo Sebrae e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo. Mediado por Laércio Albuquerque, presidente da Cisco Brasil, o painel mostrou que a inovação no país está em pleno crescimento, embora ainda encare entraves. Os especialistas se mostraram otimistas e defenderam que a educação digital seja inserida no currículo das escolas e universidades.
A sócia-fundadora e diretora executiva da Tismoo Biotech, Graciela Pignatari, afirmou que a burocratização afasta empresas do país e que esse problema precisa ser resolvido com urgência. Sobre ser mulher em um campo ainda majoritariamente masculino, Graciela comentou que nunca focou nas diferenças entre gêneros, fosse na academia, onde trabalhou por muitos anos, ou no ambiente empresarial. “Sempre busquei fazer bem feito em qualquer lugar. O mais importante é que quando se tem um objetivo, você segue e alcança independentemente do gênero”.
O presidente da Viosiona Tecnologia Empresarial, João Paulo Campos, ressaltou que é preciso aproximar os institutos de pesquisa nas universidades privadas, lembrando que na Inglaterra, os laboratórios têm qualidade em razão das parcerias com empresas. Por sua vez, o fundador e presidente da TOTVS, Laércio Cosentino reforçou que o mundo vive uma grande mudança na forma de fazer as coisas e de quem deve fazer essas coisas. “Tudo está sendo questionado em relação à forma, conteúdo e conceitos. E a inovação é a grande mola propulsora, o lema é ser ágil e ter previsibilidade de comportamento”.
A inovação na área da saúde foi abordada pelo diretor de inovação e gestão do conhecimento do Hospital Israelita Albert Einstein, José Claudio Cyrineu Terra. Segundo ele, o principal obstáculo é o distanciamento dos cientistas com as empresas de inovação e engenharia. “Existe uma diferença real entre o acadêmico e o inovador. São mundos muito distintos, é como a água e o vinho”, disse. Terra alertou para a necessidade de diminuir o desconhecimento do empreendedorismo nas universidades. Segundo ele, quando esses dois campos se unirem, a inovação fluirá de forma ágil e eficiente.
O presidente da GranBio, Bernardo Gradin, afirmou que as indústrias ainda têm resistência natural a proteger o que já foi construído. “É diferente de uma startup, que não tem que proteger os processos. Quebrar resistências, portanto, é um dos passos para que o Brasil cresça em inovação”, completou. Rafael Steinhauser, presidente da Qualcomm, destacou sua confiança na tecnologia do 5G: “Vai impactar não só a economia, mas transformar a humanidade. Ela foi concebida para ser uma plataforma de acesso universal, a concretização maciça do mundo digital”, ressaltou.
Fonte: Agência Brasil