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Três lições do Startup Summit para o sucesso de ecossistemas de inovação

SEG. 15 AGO

Um dos maiores encontros de empreendedorismo e inovação do país, a quinta edição do Startup Summit contou com mais de 30 mil inscritos, com participação de quase seis mil pessoas presencialmente no CentroSul, em Florianópolis, e demais acompanhando online. Ao longo de dois dias, mais de 90 palestrantes compartilharam conhecimentos e experiências em temáticas focadas em tendências, investimentos, negócios e tecnologia.

O evento foi organizado pelo Sebrae, Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) e Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF). A ACATE preparou um estande especial com ações interativas, integrativas e de networking. Além disso, a programação do espaço contou com painéis e firesides que trouxeram insights para empreendedores e investidores, com diversos exemplos inspiradores de Santa Catarina. Confira três lições para o sucesso de startups e de ecossistemas de inovação que foram compartilhadas no estande.

1 - A cultura colaborativa é essencial

Quando governo, academia e instituições privadas caminham juntos, o trabalho é muito mais eficiente e recompensador. Essa foi uma das mensagens do painel “Os Centros de Inovação como mecanismos de transformação das cidades”, com representantes da Vertical Smart Cities da ACATE, do Sapiens Parque e da Teltec Solutions.

A conversa trouxe a importância dos Centros de Inovação para a reunião de diversos instrumentos e pessoas relacionadas ao ecossistema em um só local, gerando um espaço propício para conexões. “Morei 12 anos fora e, quando voltei, foi um desses centros que me proporcionou a possibilidade de retomar conexões e de receber e dar apoio aos outros atores do ecossistema", comentou Daniella Abreu, diretora executiva no Sapiens Parque.

Diego Ramos, diretor geral da Teltec Solutions e VP de Relacionamento da ACATE, por sua vez, destacou como a cultura da colaboração é um dos grandes diferenciais do ecossistema catarinense. “Temos o give first, isto é, a ideia de oferecer ao outro o que está ao seu alcance para que ele se desenvolva, como um conceito bem fortalecido. No final do dia, as empresas que fazem isso e se conectam ao ecossistema crescem mais e com relevância”, reforça.

A cultura de colaboração também foi destacada pelo presidente da ACATE, Iomani Engelmann, na abertura do Startup Summit 2022. “Se hoje temos um ecossistema rico e próspero, movimentando 6,1% do PIB catarinense, é graças a uma cultura imensa de colaboração”, disse, destacando o trabalho conjunto para viabilização do evento.

2 - É importante contar com metodologias comprovadas para o desenvolvimento das startups

Além de uma cultura de colaboração, também é essencial ter metodologias comprovadas e eficientes para apoiar o desenvolvimento das empresas em um ecossistema inovador. Em Santa Catarina, um exemplo é o programa MIDITEC, gerenciado pela ACATE e mantido pelo SEBRAE/SC. Considerada uma das cinco melhores incubadoras do mundo de acordo com o UBI Global, ela tem mais de 24 anos de funcionamento e já ajudou a desenvolver mais de 170 empresas.

Em painel sobre o impacto do MIDITEC, palestrantes reforçaram o crescimento da iniciativa desde 2020, quando houve um trabalho de manualizar o que era feito até então para possibilitar a expansão da incubadora. Hoje, ela já está em funcionamento em nove regiões distintas.

“É perceptível a diferença na incubação das empresas da região de Lages após a adoção do MIDITEC. Ele traz muitos aprendizados e conexões, gerando um ganho indiscutível para o ecossistema e para as startups”, comenta Claiton Camargo de Souza, CEO do Orion Parque, parque tecnológico da serra catarinense.

A incubadora atua com auxílio a empreendedores por meio de formações, consultoria, networking com mentores e um ambiente colaborativo para as empresas incubadas. Um case de destaque é a Zipper, startup de social selling que nasceu no MIDITEC, em Florianópolis, e foi vendida por R$25 milhões para a CRM&Bônus na última semana.

3 - Os negócios precisam de planejamento, do início ao exit

O exit de startups foi outro tema em destaque ao longo das discussões do estande da ACATE. Rafael Assunção, fundador e Managing Partner da Questum — assessoria especializada em M&A para startups, que inclusive assessorou a venda da Zipper — reforçou que as startups devem começar a pensar nesse tema desde a sua idealização. “A estratégia de saída depende muito da visão e expectativa dos empreendedores. O importante é que toda empresa tenha um plano. E nossa recomendação é que todos os fundadores alinhem a sua estratégia de saída antes de receber o primeiro real de investimento na empresa”, explicou.

Startups que se planejam conseguem definir metas mais claras, tomar atitudes mais coerentes com o propósito definido, manter a organização necessária para o futuro e construir relacionamentos com potenciais compradores para a realização de um exit no momento certo.

Para ajudar as startups do ecossistema nessa jornada, a ACATE também aproveitou o evento para o lançamento de um e-book sobre M&A para startups (disponívei neste link), em parceria com Questum, Mosimann-Horn e Invisto.

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