O difícil momento que o Brasil atravessa, especialmente para a classe trabalhadora, foi o mote principal da abertura do 10º Congresso dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Rio Grande do Norte, na noite desta quarta-feira (21), em Nísia Floresta.

Tendo como público cerca de 300 delegados da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Rio Grande do Norte (Fetarn), além de autoridades sindicais, administrativas e políticas, dentre elas os deputados estatuais Fernando Mineiro e Larissa Rosado, o evento teve como ponto alto a fala de um dos assessores mais próximos do ex-presidente Lula: o ex-ministro Gilberto Carvalho.

Seguindo o tema proposto - “Unificar a luta, manter direitos e ampliar conquistas” - Carvalho elogiou a militância dos trabalhadores rurais do RN e em seguida historiou sobre todo o processo de lutas dos trabalhadores para conquistar avanços políticos e sociais no Brasil. “Estou muito contente de estar aqui, porque tenho admiração antiga pela luta de vocês, trabalhadores rurais do RN. Quando estive no governo, pude acompanhar de perto. Vim aqui pra ter essa conversa, nesse momento duro que estamos atravessando no Brasil”, iniciou.

Segundo argumentou, o objetivo da elite dominante foi se perpetuar no poder, fazendo com que a população aprendesse a ser domesticada. Desse modo, multiplicavam a acumulação de bens, explorando a classe trabalhadora. Mas não contavam com um imprevisto que foi o surgimento dos movimentos sociais com a luta pelo fim da ditadura.  “Na década de 70, conseguimos furar aquele domínio e começarmos a construir um projeto novo para o Brasil”, pontuou.

O ex-ministro destacou o risco às conquistas dos trabalhadores com a tentativa de prisão de Lula e impedimento de sua participação no próximo processo eleitoral. “Não querem prender o cidadão Lula. Querem prender um pouquinho do sonho de cada um de nós. Ele representa a ousadia da classe trabalhadora de chegar lá. O Lula que querem prender é o nosso sonho de liberdade”, declarou. “Esse Congresso é muito importante. Vocês devem pensar no que devem fazer nesse gravíssimo momento que afeta o futuro de nossos filhos e das futuras gerações”, conclamou.

Pouco antes do ex-ministro, o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais (Contag), Aristides Veras dos Santos, também fez uma breve fala no mesmo sentido. “Estamos num momento da história do Brasil muito difícil do ponto de vista da classe trabalhadora. Mas temos uma vitória que já temos que comemorar. A Reforma da Previdência não passou, como queriam, graças a cada luta, audiência pública e mobilização de vocês. Foi uma derrota que nós impusemos aos golpistas”.