Tesouro Direto volta a registrar vendas líquidas

 

Depois de vários meses de resgates elevados, as vendas do programa Tesouro Direto reagiram em junho. Segundo números divulgados nesta terça-feira (24) pelo Tesouro Nacional, as vendas de papéis superaram os resgates em R$ 188,88 milhões no mês passado, o primeiro resultado positivo depois de dez meses seguidos de retração.

Em junho, as vendas de títulos somaram R$ 1,35 bilhão, o valor mais alto desde setembro do ano passado (R$ 1,36 bilhão). Os resgates totalizaram R$ 1,16 bilhão, o menor montante desde abril deste ano (R$ 1,06 bilhão).

Desde julho do ano passado, o programa que oferece títulos públicos a pessoas físicas pela internet não registrava vendas líquidas (vendas superiores aos resgates). Além da queda da taxa Selic – juros básicos da economia – nos últimos meses, a instabilidade recente do mercado financeiro afetou o interesse dos investidores. O recorde mensal absoluto de vendas foi registrado em março de 2017, quando totalizaram R$ 2,648 bilhões.

Em junho, os títulos mais procurados pelos investidores foram os vinculados à taxa Selic (juros básicos da economia), que concentraram 39,9% das vendas. Os papéis corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) representaram 34,4% do total. Os títulos prefixados, com juros definidos no momento da emissão, corresponderam a 25,7%.

Com o resultado de junho, o estoque de títulos públicos aplicados no Tesouro Direto subiu 1,46% em relação a maio, alcançando R$ 48,83 bilhões. A variação do estoque representa a diferença entre as vendas e os resgates, mais o reconhecimento dos juros que incidem sobre os títulos.

Em relação ao número de investidores, 80.021 investidores cadastraram-se no programa no mês passado. O total de investidores inscritos alcançou 2.289.949. Somente nos últimos 12 meses, o total de investidores no Tesouro Direto acumula alta de 54,2%. O programa concentra-se nas faixas de menor valor. Em junho, as vendas de títulos de até R$ 5 mil representaram 81,6% do total.

Aplicação
O Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 para popularizar esse tipo de aplicação e permitir que pessoas físicas pudessem adquirir títulos públicos diretamente do Tesouro, via internet, sem intermediação de agentes financeiros. O aplicador só tem de pagar uma taxa à corretora responsável pela custódia dos títulos. Mais informações podem ser obtidas no site do Tesouro Direto.

A venda de títulos é uma das formas que o governo tem de captar recursos para pagar dívidas e honrar compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional se compromete a devolver o valor com um adicional que pode variar de acordo com a Selic, índices de inflação, câmbio ou uma taxa definida antecipadamente no caso dos papéis prefixados.


Fonte: Agência Brasil

 

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