Em tempos de forte presença dos negócios nas redes sociais e urgência dos clientes na forma de consumir, estar atento às novidades do varejo fará a diferença entre um empreendimento manter-se no mercado ou ser engolido pela concorrência. Esta é uma das principais lições de especialistas participantes do Happy Hour Moda & Negócios: tendências do varejo para 2023. O evento, realizado pelo Sebrae no Rio Grande do Norte, recentemente, em Mossoró, mobilizou a cadeia produtiva da moda da região, que pôde conhecer os principais resultados da edição deste ano da NRF Retail’s Big Show, maior evento do setor varejista do mundo.
A ação faz parte das estratégias do Sebrae, com vistas ao fortalecimento da indústria da moda potiguar, segmento mais representativo em número de negócios formalizados no Estado, com mais de 14 mil empreendimentos em operação. A ideia é impactar os empreendedores, por meio de uma série de qualificações, de modo a tornar as empresas mais competitivas.
Para isto, segundo a analista técnica do Sebrae, Jéssica Barros, o empreendedor precisa entender que as relações de consumo mudaram. Nesse contexto, surge uma das principais tendências do varejo para 2023, baseada na oferta de experiências e não somente no ato de vender.
“Uma loja não pode ser apenas um lugar onde eu vou retirar uma mercadoria. Se for assim, eu compro online e a mercadoria chega na minha casa. Então, a loja tem que trazer experiência, seja uma experiência visual, de contato, de relacionamento ou imersiva. Afinal, estamos em tempos de rede social e, enquanto os negócios querem se destacar, os clientes também querem ter alcance nas suas postagens”, explica Jéssica, que ministrou palestra no evento.
Ainda sobre a experiência do cliente, a analista técnica do Sebrae lembra que esse será o gatilho não só para fazer bons negócios, mas para voltar a gerar fluxo em loja. Por isso, a especialista faz um alerta: “Em um mercado que está muito acostumado a comprar através da internet, a loja física precisa se reinventar”, pontua.
A reinvenção citada pela analista vai além do querer fazer diferente. Pode estar, também, em buscar capacitações e traçar estratégias inovadoras que unam a loja física com a digital, o chamado phygital. “O cliente quer novidade, e o empresário pode conseguir isso com ferramentas simples ou mais sofisticadas. A experiência digital não tem que ficar apenas no viés digital”, diz Jéssica Barro e continua:
“A gente fala do phygital, que é a junção do físico com o digital, e aí, no universo físico eu consigo, por exemplo, colocar um tablet com uma modelo mostrando várias formas de usar um look ou de compor uma peça. Com isso eu consigo entregar conteúdo digital dentro da minha loja física. Isso apenas com um tablet e um vídeo”, exemplifica.
Quando o assunto é loja física, empreendedores da indústria da moda não podem descuidar de mecanismos que, muitas vezes, passam despercebidos. É o caso das soluções de arquitetura, que facilitam desde o acesso a produtos, a interação com o cliente e a geração de marketing gratuito.
Sobre este assunto, a arquiteta e consultora credenciada do Sebrae, Marcela Cabral, apresentou métodos utilizados por grandes empresas da Europa e dos Estados Unidos para atrair mais clientes às lojas físicas e gerar mais negócios. Soluções baseadas na sustentabilidade por meio do reaproveitamento de materiais, na humanização dos processos ou na criatividade são algumas das tendências.
“Implantar soluções de arquitetura para atrair clientes não significa, necessariamente, grandes investimentos. A criatividade, em muitos casos, é o grande diferencial. É possível, por exemplo, com uma simples adesivagem de parede, impactar pessoas com uma campanha ou mostrar seu viés sustentável, por meio de reaproveitamento de materiais. Temos exemplos simples de soluções adotadas por grandes empresas, mas que podem muito bem serem adaptadas para pequenos empreendimentos locais. Basta estar atento e entender as possibilidades para seu negócio, seja para fidelizar, seja gerar conexões, ou simplesmente, promover marketing gratuito”, explica.