Everton Muffato, diretor do Super Muffato; Carlos Tavares, Presidente do CSD; Carlos Beal, Presidente da Apras e diretor da Grupo Festval, Eduardo Jaime, moderador do fórum e diretor da Megamídia; Pedro Joanir Zonta, presidente do Condor Super Center
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Supermercadistas projetam um 2021 favorável

 

O planejamento dos supermercados para 2021 é um grande desafio devido ao cenário de incertezas em função da pandemia. Porém, os maiores supermercadistas do Paraná – Festval, Condor, Muffato e CSD – chegaram à conclusão de que as perspectivas são favoráveis. Os empresários à frente destas redes estiveram reunidos em um painel na Mercosuper Digital, neste dia 18 de novembro, para falar sobre o futuro pós pandemia. O evento acontece até o dia 19 de novembro no portal virtual mercosuper.digital.

O presidente da Apras, Carlos Beal destacou que 2020 foi um ano de dificuldades, mas também de oportunidades. “O setor contratou aproximadamente 15 mil pessoas desde o início da pandemia e o objetivo desta feira é facilitar o acesso ao conhecimento para que os varejos de todos os portes e regiões saibam o que fazer de 2021”.

Um dos participantes, Pedro Joanir Zonta, fundador e presidente do Condor Super Center, contou que durante a trajetória de 46 anos da rede enfrentou diversas crises, entre elas os pacotes econômicos e o congelamento de preços. Segundo ele, a crise pandêmica trouxe a necessidade de se reinventar rapidamente e colocou a segurança no centro das operações. “O consumidor mudou e está buscando loja limpa, arrumada e que note o cuidado com a higienização. O ano de 2021 promete ser excelente porque os números estão mostrando que o PIB vai ser positivo, o que vai gerar emprego e renda. Estou fazendo o planejamento dentro desta linha, mas com a ressalva de que se tivermos uma segunda onda da Covid, tudo muda”. O empresário também lembrou que a realidade de 2020 foi completamente diferente do planejado, mas que os supermercadistas conseguiram se reinventar.

Esta resiliência do setor também foi ressaltada por Everton Muffato, diretor do Muffato. “Os protocolos que os supermercados implantaram nortearam os demais setores para a reabertura do comércio em geral”. O empresário sugeriu que as empresas planejem o ano que vem de acordo com os anseios do consumidor e com a compreensão de que o mundo está mudando e que o momento é um divisor de águas para a inovação e a tecnologia.

Carlos Tavares, presidente do CSD (Companhia Sulamericana de Distribuição), disse que, apesar de o setor supermercadista ter sido um dos menos prejudicados devido a sua essencialidade, também enfrentou diversas dificuldades, mas que o ano que vem promete uma recuperação. “2021 não será um ano fácil para o Brasil, mas acredito que será um ano de crescimento, onde vamos poder recuperar grande parte do que a economia regrediu em 2020”.

Também participou da cerimônia de abertura o governador do Paraná, Ratinho Junior, que destacou a importância do setor supermercadista para a economia do estado. “Este é um ano atípico e a Mercosuper é muito importante para o Paraná, pois o setor supermercadista paranaense gera muito emprego e potencializa uma cadeia produtiva importante no estado, além de ser uma referência para o Brasil, já que vários grandes grupos brasileiros são paranaenses”.

Já o vice-governador do Paraná, Darci Piana, falou sobre a organização do setor supermercadista paranaense, que possui grande respeito nacional, e da importância da antecipação do 13º pelo Governo do Estado para a recuperação econômica, principalmente neste momento de final de ano.

A importância do setor paranaense também foi destacada pelo presidente de Abras (Associação Brasileira de Supermercados), João Sanzovo Neto, que também falou sobre o momento atual e a necessidade de reinvenção. “O setor vem mostrando a força de ser essencial, é um dos setores mais fortes da economia brasileira e vamos continuar trabalhando para que a nossa essencialidade seja reforçada”.

Até o mês de agosto, o setor supermercadista registrou um crescimento de 3,94%. A expectativa é de fechar o ano com crescimento real de mais de 3%.

Consumidor multicanal

Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) mostrou que o consumidor brasileiro abraçou o online diante do isolamento social. Compras de alimentos e bebidas cresceram 79% no período. Outra pesquisa, do Instituto Locomotiva, mostrou que as compras por aplicativo de celular cresceram 30%.

Muffato disse que a pandemia antecipou seis anos de tendência em um ano. “Tivemos muito aprendizado e ainda temos muito o que aprender. O cliente se tornou muito mais multicanal e ainda está se adaptando, assim como as empresas, que estão tendo que se adaptar para o consumidor neste momento. Vejo um consumidor híbrido, criando o hábito do online devido à necessidade. Estamos em um filão muito competitivo e o nível de serviço e maturidade do setor paranaense é superior da média nacional”.

Esta transformação é uma necessidade para manter a competitividade. Segundo Beal, o consumidor se tornou multicanal e o supermercado passou a ter mais concorrentes que nem imaginava que existia, como pequenos empreendedores e produtores. “O cliente está querendo novas oportunidades e um novo formato e o varejo antigo não tem como sobreviver se não se adaptar”.

Bolsa de valores

O CSD decidiu adotar o IPO (Oferta Pública Inicial) há cinco anos e, segundo o presidente da rede, esta não chega a ser uma tendência, mas uma oportunidade para as empresas e seus dirigentes. “Isso avançou muito no Brasil e existem pré-requisitos, como ter vários sócios, ou seja, você tem o ônus de ter um capital mais barato, além de ter auditorias, governança mais forte e conselheiros independentes interferindo na estratégia e sócios ávidos por resultados e pela valorização das ações”.

De acordo com Tavares, a quantidade de empresas de varejo negociadas em bolsa praticamente dobrou em um ano, apesar da pandemia. O empresário afirma que 2020 foi um momento ímpar para o Brasil em termos de abertura de capital, provocado basicamente pelos juros muito baixos, com a queda na Selic, o que fez as pessoas físicas mudarem parte dos seus investimentos de renda física para renda variável. “É um aprendizado, ainda vai evoluir muito e é algo que vai perdurar no país. Tivemos momento de aumento na procura, mas também tivemos investidores estrangeiros não estando presentes. Quando passar este momento e o investidor estrangeiro voltar, tenho certeza que serão abertas novas janelas e oportunidades para que as empresas possam fazer o IPO no Brasil”, explica.

Tavares sugeriu que para abrir capital na Bolsa de Valores, primeiramente a empresa precisa estar preparada e com um mercado ávido por comprar.

Sobre a Mercosuper Digital

Neste ano, a Mercosuper será 100% digital, realizada em uma plataforma desenvolvida para proporcionar uma experiência real aos expositores, congressistas e visitantes, que poderão interagir em um ambiente virtual e totalmente imersivo.

Para ficar o mais semelhante possível com a tradicional Mercosuper física, a versão digital terá um hall de entrada, espaço para credenciamento e um mapa da feira para facilitar a navegabilidade.

Na área dos estandes, a feira irá reunir diversas indústrias e fornecedores de serviços. Para fazer uma visita, basta clicar no estande da empresa. Lá, é possível conhecer os principais lançamentos do mercado e os demais produtos e serviços de cada um. Também é possível agendar reuniões, concretizar negócios e interagir com os representantes, que estarão à disposição dos varejistas visitantes para apresentar as condições especiais trazidas exclusivamente para a feira.

A Mercosuper Digital também terá uma vasta programação de palestras, fóruns e painéis. Um dos maiores diferenciais é que esta programação será ao vivo, o que será essencial para a sensação de imersão e para a interatividade entre os participantes.

O evento acontece até o dia 19 de novembro no portal virtual mercosuper.digital. As inscrições são gratuitas.

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