Equipe da Isnano
Crédito: Agência Sebrae

Startup do RN fecha negócio para ofertar nanotecnologia à Paraíba

SEG. 12 JUL

Quando se fala em nanotecnologia, a primeira idéia que vem à mente são circuitos e dispositivos concebidos em escala nanométrica, praticamente imperceptíveis ao olho humano. Essa noção não está incorreta, mas, essa tecnologia vai muito além e também pode ser usada em favor da saúde. E uma empresa potiguar está atuando nesse nicho. Contemplada com recursos do Edital Centelha, oriundos da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e do Sebrae no Rio Grande do Norte, a Isnano tem trabalhado com um modelo de negócio, cuja base é a transferência de nanotecnologia para o desenvolvimento de produtos para a saúde humana e animal.

Criada na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com o objetivo de repassar essa tecnologia da academia para o mercado, a Isnano foi um dos 15 pequenos negócios com proposta inovadora a receber suporte e aporte financeiro da ordem de R$ 800 mil – mais de R$ 53 mil para cada um – do programa Centelha no Rio Grande do Norte no segundo semestre do ano passado. A empresa utilizou esse apoio para crescer e se desenvolver e, em menos de um ano, já conseguiu formalizar contratos. Entre esses, um com um cliente da Paraíba, a farmácia de manipulação Unna Derme, instalada em Campina Grande. O estabelecimento oferecerá aos usuários de medicamentos, fórmulas exclusivas com nanotecnologia, desenvolvida no Rio Grande do Norte.

A Isnano é composta por pesquisadores da UFRN, com experiência de mais de uma década nesse segmento científico e tecnológico, e se propõe a trabalhar a inovação com o desenvolvimento de soluções em nanotecnologia para a saúde humana e animal. Atualmente, além do suporte ofertado pelo programa Centelha, a Isnano está em processo de pré-incubação na incubadora Bioinova da universidade.

Centelha

“O Centelha foi fundamental para viabilizar o nascimento da empresa, pois antes do programa, éramos um projeto extensionista. Estávamos mapeando alunos pós-graduandos, professores e técnicos, para montar um projeto de extensão para a transferência dessa tecnologia, mas, o Centelha nos trouxe o desafio de montarmos uma empresa que viabilizasse essa proposta”, explica o professor e pesquisador Arnóbio Silva, um dos idealizadores do projeto da empresa como startup.

A ideia da Isnano é propagar essa nova tecnologia entre empresas que precisam da nanotecnologia para impactar clientes e a qualidade de vida da população de uma forma mais acessível. O primeiro braço da startup está atuando junto às farmácias de manipulação.

“A gente já firmou o nosso primeiro contrato, que vínhamos desde maio, e estamos trabalhando no desenvolvimento de uma formulação que possa ser oferecida aos clientes da Unna Derme”, conta Arnóbio Silva. Além desse contrato, a empresa também tem celebrado parcerias e termos de colaboração entre várias empresas de abrangência nacional, que estão sediadas em estados, como o Rio de Janeiro.

Expansão

“Com a maturidade desse projeto com a empresa de Campina Grande, a gente vai começar a oferecer esse serviço no mercado de Natal, onde ainda não promovemos uma campanha de marketing, nem de divulgação”, diz o pesquisador, adiantando que o alvo é, além de farmácias de manipulação, o setor industrial. “Já estamos prospectando e pivotando produtos focados nas microindústrias e pequenas indústrias locais”, avisa.

A diretoria de marketing e negócios fica a cargo da farmacêutica Daniele Cavalcante, enquanto a diretoria de projetos, do técnico e doutor em Ciências Farmacêuticas, Ednaldo Gomes. Arnóbio Silva está à frente da diretoria de pesquisa e desenvolvimento. Com os recursos do edital, a startup conseguiu ampliar a equipe com a contratação de dois outros pesquisadores.

“O Sebrae tem sido fundamental ao nos proporcionar consultorias, via Projeto Catalisa, e mentorias do Centelha. Isso tem nos ajudado a estruturar e transformar essa ideia no modelo de negócio que a Isnano é hoje, com o grau de viabilidade necessário para os nossos propósitos”, reconhece Arnóbio Silva.

O Programa Centelha é promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), operado pela Fundação CERTI e tem como instituição executora no Rio Grande do Norte o Sebrae-RN. O programa conta com parceiros locais, como o Parque Tecnólogico Metrópole Digital, a Fundação de Apoio à Pesquisa do Rio Grande do Norte (Fapern), a Rede Potiguar de Incubadoras (Repin) e a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (Fiern).

Agência Sebrae

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