Do salão de beleza ao lava jato. Do encanador ao técnico de informática. Do escritório de contabilidade à transportadora. O setor de serviços e comércio reunem a maior fatia das pequenas empresas em atividade no Rio Grande do Norte, concentrando 43% e 27%, respectivamente, de todos os empreendimentos classificados como de pequeno porte no estado. Juntamente com o comércio, os dois ramos respondem por 70% do total das micro e pequenas empresas potiguares que estão em operação.
O de serviços é o maior percentual, em termos proporcionais, entre os estados do Nordeste e, no país, fica atrás apenas de São Paulo (50%), Distrito Federal (52%) e Rio de Janeiro (55%). Outros 13% estão ligados às atividades agropecuárias, enquanto a construção civil e a indústria representam, respectivamente, 10% e 7% do total de empresas.
Isso é o que revela o Atlas dos Pequenos Negócios do Brasil 2022, publicação elaborada pelo Sebrae Nacional, que cruza e avalia indicadores e informações a partir de fontes oficiais, como Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e Receita Federal.
O estudo faz uma radiografia do cenário dos pequenos negócios em todo o Brasil, traçando um perfil do segmento no país e nos estados com dados referentes a 2021. De acordo com a publicação, existiam 138.851 negócios formalizados como Microempreendedor Individual (MEI) e, destes, 111.835 (81%) estavam em atividades, sendo uma das menores proporções do país, ao lado ao Amapá (79%) e Paraíba (84%).
O Atlas revela ainda que a taxa de sobrevivência das pequenas empresas potiguares, aquelas que ultrapassam os dois primeiros anos de funcionamento, é de 76%. O índice reduziu em comparação com 2020, quando a taxa girava em torno de 83,4%. Muito dessa diminuição se deve ao cenário adverso às atividades econômicas imposto pela pandemia da covid-19 no período de análise. De um ano para o outro, 46,2 mil novas pequenas empresas foram abertas no estado, mas, por outro lado, outras 16,3 mil fecharam as portas de vez.
Perfil socioeconômico
Verificando-se o perfil dos empreendedores potiguares, os homens ainda são maioria à frente dos negócios, já que as mulheres somam 35%. A maior parte desse contingente que se lançou na livre iniciativa é negra, pessoas que se declaram pretas ou pardas. Ao todo, são 60% da população de empreendedores do RN. E essa população (29%) tem até 34 anos. O levantamento do Sebrae mostrou ainda que o Rio Grande do Norte tem a maior taxa de donos de pequenos negócios com melhores níveis de escolaridade da região: 16% possuem nível superior.
Porém, quando se trata de finanças, os números não são tão positivos e ainda há o que se avançar. 59% de todos os proprietários de micro e pequena empresa no estado só conseguem ter rendimentos mensais de, no máximo, um salário mínimo e apenas 29% contribuem com a previdência social. Grande parte deles (88%) ainda trabalha por conta própria, sem possuir, ao menos, um empregado contratado formalmente.
Agência Sebrae