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Sebrae debate os desafios dos pequenos negócios durante e pós- pandemia

QUA. 27 MAI

As principais necessidades dos pequenos negócios para enfrentar a pandemia, em especial a importância da ampliação do acesso ao crédito foram destacadas pelo presidente do Sebrae, Carlos Melles, durante o webinar “Governança: Um desafio para pequenas e microempresas na crise e no pós Covid-19”, promovido pela Rede Governança Brasil e transmitido ao vivo pelo Youtube nesta terça-feira (26). Os participantes também destacaram o potencial das micro e pequenas empresas para alavancar a retomada de crescimento do país após a crise.

O debate foi mediado pelo Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, responsável pela criação e articulação da rede que promove, de forma colaborativa, a disseminação de boas práticas de governança no setor público brasileiro. Além da presença do presidente do Sebrae, Carlos Melles, o webinar teve a participação do secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos Da Costa; do presidente da Confederação Nacional de Municípios, Glademir Aroldi e do presidente da Confederação Nacional de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, José Tarcísio da Silva.

O secretário do Ministério da Economia, Carlos Da Costa, ressaltou as medidas tomadas pelo governo federal desde o início da pandemia e reconheceu a necessidade de ampliação do acesso ao crédito aos pequenos negócios neste período. “O crédito é um dos veículos para promover melhorias tão necessárias para as nossas micro e pequenas empresas. Então, está na essência do aumento da produtividade brasileira”, destacou.

Segundo ele, a aprovação do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) veio fortalecer as ações e resolver o problema da falta de garantia que dificulta o acesso aos financiamentos. Além disso, Carlos Da Costa defendeu que é preciso um sistema digital capaz de desburocratizar o processo. “Estamos entrando com o Fundo Garantidor de Operações (FGO) com 85% de garantia e ainda temos a possibilidade da participação do Sebrae, que está na lei, para complementar e apoiar as iniciativas, inclusive, por meio do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe). Com os canais digitais, podemos ajudar a levar o recurso para a ponta”, explicou.

O presidente do Sebrae, Carlos Melles, destacou a concentração de esforços da instituição para ajudar os pequenos negócios a terem acesso ao crédito de forma assistida. “Com a orientação do Sebrae, os empresários terão condições de melhorar a eficiência do crédito e consequentemente, ter ganhos de produtividade”, ressaltou. Segundo ele, o Sebrae identificou até o momento, 150 linhas de crédito disponíveis para as micro e pequenas empresas no mercado. Ele informou que parceria com a Caixa para a concessão de crédito por meio do Fampe já começou a dar resultados positivos. Segundo Melles, o próximo passo é permitir o acesso de crédito por meio de maquininhas de cartão.

O presidente da Confederação Nacional de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, José Tarcísio, aproveitou o debate para apresentar pleitos do setor e reforçou a importância da intervenção das três esferas do executivo na mitigação dos impactos da crise. Ele defendeu a eliminação de multas e juros para pequenas empresas que já enfrentavam situação delicada antes mesmo do avanço da pandemia. “Sabemos o quanto os empresários são guerreiros e vão fazer de tudo para manter seus negócios, mas é necessária essa intervenção do governo”, relatou.

Digitalização

A necessidade urgente de adaptação das micro e pequenas empresas ao ambiente digital também foi outro tema debatido durante o webinar. Segundo Melles, o Sebrae tornou-se um “porto seguro” para os donos de pequenos negócios. “O volume da procura pelos serviços e soluções do Sebrae foi algo assustador e, mesmo em home office, tivemos um aumento de demanda surpreendente”.

Ele destacou as ações do Sebrae para a transformação digital dos pequenos negócios. “Estamos com o Acelera Digital que é uma ação para ajudar na digitalização das micro e pequenas empresas, com a participação das regionais. Também estamos abrindo as portas do Sebrae para parcerias, como por exemplo, com a Magazine Luiza. Vamos orientar o empresário a ter sucesso na comercialização de seus produtos via marketplace do Parceiro Magalu”, contou.

Retomada do crescimento

O presidente do Sebrae também destacou o trabalho em conjunto com a Secretaria Especial de Produtividade Emprego e Competitividade do Ministério da Economia (Sepec). Segundo ele, o governo compreende que as micro e pequenas empresas são fundamentais para o crescimento do Brasil. “As micro e pequenas empresas representam 99% das empresas do país e antes da crise, já vinham mostrando sua força. Somos conscientes da responsabilidade e do potencial dos pequenos negócios”, afirmou. Melles destacou que o Sebrae elaborou uma série de 40 protocolos para a retomada das atividades em diversos segmentos.

Para o presidente da Confederação Nacional de Municípios, Glademir Aroldi, após a pandemia é preciso que o país retome discussões importantes como a da reforma tributária. Ele também destacou o trabalho desenvolvido pela confederação em parceria com o Sebrae para a divulgação de boas práticas desenvolvidas pelos munícipios para o desenvolvimento e a retomada, como por exemplo, a realização de feiras virtuais.

Por sua vez, o secretário Carlos Da Costa reforçou o potencial das micro e pequenas empresas e a importância de Brasil voltar a acreditar no poder do crescimento. “Temos o compromisso de tornar as micro e pequenas empresas prósperas, para que avancem no caminho da produtividade, inclusive, tornando-as fornecedores do setor público. Se conseguirmos ter um foco muito grande nas micro e pequenas empresas e apoiar esses empreendedores poderemos crescer 4% ou 5%”, analisou.

Agência Sebrae

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