Crédito: Assessoria SEDEC

RN inicia conversas para novas relações comerciais com o Reino Unido

 

A saída do Reino Unido da União Europeia - Brexit - abriu novas fronteiras de negócios entre a Grã Bretanha e o Brasil. Acordos de Livre Comércio já estão na pauta de governos e empresários. De olho nessa janela de oportunidades, o Rio Grande do Norte pode ser beneficiado. Através do LIDE - Grupo de Líderes Empresariais - RN e do LIDE Reino Unido, foi criada uma agenda positiva para estreitar as relações comerciais com a Europa.

“Definimos uma agenda e o LIDE RN, em parceria com o LIDE UK (Reino Unido), vai trabalhar para eliminar possíveis barreiras e dificuldades existentes”, destacou o jornalista Jean Valério, presidente do LIDE RN, que recebeu, nesta quinta-feira (4) e sexta-feira (5), o presidente do LIDE UK, Breno Silva, para uma conferência com autoridades do RN.

Durante o encontro híbrido, parte presencial e parte virtual (por videoconferência), realizado na Secretaria de Desenvolvimento do Rio Grande do Norte, no Centro Administrativo, secretários de estado e líderes empresariais apresentaram as oportunidades de negócios do RN para o representante britânico. Turismo, agronegócio, energia, saneamento, mineração e infraestrutura foram alguns setores citados para gerar novos negócios.

“O Reino Unido está de olho e quer investir no Rio Grande do Norte. Neste encontro, foram apresentadas todas as potencialidades do estado, como turismo, agronegócio, energia, saneamento, mineração e infraestrutura. Foram identificadas diversas oportunidades para ampliar as relações comerciais entre os dois países”, completou Jean Valério.

O presidente do LIDE Reino Unido gostou do que viu e disse estar disposto a colaborar com a conexão anglo-brasileira. “O Brasil é prioridade para o Reino Unido. E o LIDE estará trabalhando para identificar oportunidades e conectar. Estou muito impressionado com o potencial do Estado do Rio Grande do Norte. Vamos construir uma agenda objetiva em busca de geração de negócios”, ratificou Breno Silva.

Parada Estratégica

Secretário de Agricultura, Guilherme Saldanha destacou, dentre as potencialidades do agronegócio potiguar, a fruticultura, o camarão e o polo atuneiro. E citou também a posição estratégica da Inglaterra, especificamente, para empresas exportadoras do RN. “O Reino Unido é um mercado interessante. A última parada dos navios que saem do Porto de Natal é na Inglaterra. A gente tem empresas que conseguem atender redes de supermercados ingleses, o que demonstra o padrão de qualidade, com certificados ambientais, trabalhistas, enfim, atendendo todas as exigências", revela Guilherme Saldanha.

Em sua explanação virtual, durante o encontro, Aninha Costa, secretária de Turismo, reforçou o potencial do setor no estado e citou como exemplos de oportunidades de negócios para investidores britânicos, o empreendimento do professor e empresário Paulo de Paula na praia de Pitangui, litoral Norte do RN, e a praia de Baía Formosa, no litoral Sul.

Nenhum setor ou atividade, no entanto, funciona sem infraestrutura. "A infraestrutura é um elemento muito importante. É o que dá suporte ao desenvolvimento econômico do estado. E, infelizmente, temos um déficit muito grande neste setor. Daí a necessidade de parcerias, de contarmos com investimentos externos, sabendo que a potencialidade que o RN tem o qualifica para receber estes investimentos", explica Gustavo Rosado, Secretário de Infraestrutura do Governo do Estado, que se colocou à disposição e solicitou a intermediação com fundos de investimentos e um fundo soberano do Reino Unido.

Energia Renovável

Maior produtor de energia eólica do Brasil, com capacidade de 4.066 MW, segundo a ABEEólica, o Rio Grande do Norte concentra as 14 maiores empresas do setor no país. Região favorecida por ventos fortes, o Nordeste é responsável por 89% da produção de energia eólica do Brasil.

"Todas as empresas presentes do Rio Grande do Norte estão dando lucro", faz questão de enfatizar o secretário de Desenvolvimento Econômico do Governo Fátima, Jaime Calado, que ressaltou, além da segurança jurídica, a qualificada mão de obra, muito em função dos Institutos Federais distribuídos no RN. Polo da energia eólica no estado, o município de João Câmara, na região Agreste, conta com uma unidade do IFRN.

A próxima meta, segundo ele, será a construção do ‘Porto Indústria’. O secretário enfatizou ao presidente do LIDE UK que o estado e mais especificamente o setor de energia renovável é uma grande oportunidade de negócios para os investidores britânicos. "E em 2030, o RN será o grande polo de energia limpa, com energia eólica, solar e hidrogênio verde. O estado tem um potencial imenso", destacou o secretário.

Durante o encontro, o secretário adjunto da SEDEC, Silvio Torquato, fez questão de revelar ao presidente do LIDE UK, a afinidade comercial histórica entre o estado do Rio Grande do Norte e a Inglaterra. Ele lembrou alguns investimentos ingleses do século passado, no setor de Indústria Textil, em dois trechos de linhas férreas (Natal-Recife e Mossoró-Souza/PB) e a Companhia Força e Luz (energia), além de companhias de telefonia e telecomunicações.

  Revista Negócios
 Veja Também