RN alcança potência de 20 MW com energia solar

TER. 02 JUL

A matriz de energia solar no Rio Grande do Norte continua em processo de expansão. Em junho, o número de unidades com painéis fotovoltaicos operacionais de potência de até 5 MW – a chamada micro e minigeração distribuída – chegou a 1.349 projetos instalados, o que corresponde a uma potência total instalada e integrada à rede de distribuição da ordem de 20 MW, segundo informações divulgadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Esse desempenho posiciona o RN como o terceiro estado do Nordeste com maior potência instalada.

No ranking da geração, o Ceará continua liderando a geração solar distribuída na região com uma potência instalada superior a 40,3 MW e Pernambuco aparece logo em seguida com 26,5 MW. Até maio, a Paraíba ocupava a terceira posição no potencial gerador de energia solar, mas o aumento no número de instalações solares fez o Rio Grande do Norte ocupar tal posição e o estado vizinho caiu para a quarta posição na região com uma potência de 19 MW. A Bahia vem depois com uma potência instalada de 14,7 MW.

O aumento de unidade geradoras no Rio Grande do Norte se deve à entrada no mercado de mais empresas integradoras, como são chamadas as companhias que atuam nessa cadeia produtiva desde a instalação até a manutenção dos equipamentos, e também a iniciativas, como o RN Solar, um programa do Sebrae no Rio Grande do Norte que visa estimular e expandir a utilização de energia fotovoltaica entre pequenos negócios. O programa atua em duas frentes, qualificando os fornecedores da cadeia produtiva com capacitações nas áreas de gestão, marketing e tecnologia, e na outra frente, divulgando as vantagens desse tipo de geração para micro e pequenas empresas.

De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), a fonte fotovoltaica tem um potencial técnico em território nacional de mais de 28.500 Giga Watt pico (GWp) em aplicações de geração centralizada, e 164,1 GWp em aplicações de geração distribuída.

Crédito
A dependência e o custo da energia são crescentes para as empresas. Por isso, vale a pena investir na geração própria. A taxa de retorno financiamento gira entre quatro e sete anos, e os equipamentos duram 20 anos. É o que explica a gerente da Unidade de Desenvolvimento Setorial do Sebrae-RN, Lorena Roosevelt. “Se o sistema for bem projetado, instalado, dimensionado e as manutenções bem feitas, a economia é imediata na conta de energia”, diz.

Segundo ela, não é cobrado ICMS na micro e minigeração, o que torna atrativa a instalação de energia solar. “Mesmo assim, não é atrativo e viável para todas as empresas. É importante analisar a viabilidade econômica, o perfil de consumo, a gestão da empresa e os planos a longo prazo antes de decidir”, alerta a gerente.

O mercado tem disponível linhas de crédito para implantação de projetos nessa modalidade. Um deles é o Cartão do BNDES, que pode financiar até R$ 2 milhões para aquisição dos equipamentos necessários e serem pagos em até quatro anos. O mesmo banco também dispõe do Microcrédito-Empreendedor, uma linha de crédito de até R$ 20 mil a microempreendedores formais e informais.

A rede privada também mantém linhas para a implantação de projetos na área de energias renováveis. Um exemplo disso é o Santander, que possui o CDC Eficiência Energética. O foco desta linha é no consumidor final do empreendimento de eficiência energética, podendo apoiar até 100% dos itens financiáveis, incluindo equipamentos importados. Entre os bancos oficiais, tanto produtos do Banco do Brasil quanto da Caixa se adequam ao financiamento do projeto de unidades de geração, entretanto o Banco do Nordeste do Brasil possui uma linha específica e competitiva para essa finalidade.

A FNE Sol é uma linha de crédito especialmente desenhada para o financiamento de sistemas de micro e minigeração distribuída de energia por fontes renováveis para consumo próprio. O requerente pode ser empresas, produtores rurais ou pessoas físicas. É possível todos os componentes dos sistemas de micro e minigeração de energia elétrica fotovoltaica. Financia até 100% do projeto com carência, no caso de produtores e pessoa jurídica, com prazo de até 12 anos para quitar.

“Como a conta de energia é muito alta, geralmente, o valor da parcela de amortização do financiamento fica igual ou inferior à conta de luz que o empresário já paga. A diferença é que entre quatro e sete anos, ele terá amortizado o empréstimo e estará com o equipamento para gerar energia, pagando apenas a demanda da concessionária”, defende a gerente sobre as vantagens da adoção do sistema de geração própria.  

Fotovoltaica
A energia solar fotovoltaica é a mais utilizada no mundo para a produção de eletricidade. Células fotovoltaicas convertem energia solar diretamente em eletricidade pelo processo de conversão da luz (fótons) em eletricidade (elétrons), o chamado efeito fotovoltaico, descoberto em 1839.

Os módulos fotovoltaicos utilizados hoje são feitos de células solares laminadas em módulos ou filmes, que podem ser conectados ou não à rede de distribuição de energia elétrica. Como exemplo prático, uma residência típica familiar utiliza entre cinco e 10 módulos fotovoltaicos para gerar eletricidade para toda a casa. Os módulos podem ser montados em um ângulo fixo ou sobre estruturas de apoio que seguem o sol (seguidores solares ou trackers), que possibilitam a captura de mais irradiação e, consequentemente, gerando mais eletricidade.


Fonte: Agência Sebrae
 

 

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