Após sucessivos resultados negativos no ano, o Rio Grande do Norte atingiu um saldo positivo de empregos em junho. No mês, foram abertas 1.746 novas vagas, como resultado de um número maior de contratações frente às demissões, já que no período foram demitidos 7.723 trabalhadores, mas, em compensação foram admitidas outras 9.469 pessoas. Ao longo de 2020, esse é o primeiro mês em que o estado registra alta no mercado de emprego com carteira assinada.
As informações foram analisadas pela equipe técnica do Sebrae no Rio Grande do Norte com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia. O estado acumula um estoque de 411.855 pessoas empregadas no mercado formal.
O setor que mais contribuiu para esse saldo positivo em junho foi o setor de serviços criou em junho 1.234 vagas, com destaque para o teleatendimento, que absorveu uma mão de obra da ordem de 822 pessoas. O agronegócio com a retomada da safra do melão no Oeste Potiguar foi o segundo que mais gerou novas vagas. Essa cultura absorveu 829 novos trabalhadores das 885 vagas abertas no campo. Mas, no semestre, o cultivo de melão acumula um saldo negativo de 3.167 vagas.
Já a construção civil abriu 204 novas frentes de trabalho. No sexto mês do ano, o comércio teve um saldo negativo em 110 vagas e a indústria de transformação registrou uma perda de 467 postos. Esses novos postos gerados em junho foram ocupados principalmente por pessoas do sexo masculino (1.613). As contratações de mulheres chegaram 133. Analisando por cidade, as vagas foram abertas principalmente em Natal (851 empregos) e Mossoró (649 vagas).
Tendência
Para o diretor superintendente do Sebrae-RN, José Ferreira de Melo Neto, ainda é cedo para avaliar essa recuperação da empregabilidade de junho como uma tendência, entretanto sinaliza que o RN conseguiu uma reação no campo do trabalho. “Ainda é prematuro analisar esse resultado como uma tendência, mas é um dado importante. E mais, mostra uma alta nas contratações na cultura do melão, cujo período de safra está apenas começando. E desponta também um segmento relevante para a economia em tempos de pandemia, o dos call centers, que passaram a ser demandados, assim como a construção civil que voltou a contratar”, analisa o diretor.
A geração de empregos em junho, no entanto, ainda não foi suficiente para equilibrar as perdas nos cinco meses anteriores. De janeiro a junho, o Rio Grande do Norte acumula um déficit superior a 17,7 mil vagas de emprego. Abril foi o mês com o maior pico de perdas, com mais de 9 mil postos de trabalho perdidos, seguido de maio, quando o estado encerrou 3,5 mil vagas.
No semestre, a construção civil é o único segmento que acumula um sado positivo de emprego, com 573 novos postos abertos. O setor de serviços, porém, foi o que mais demitiu e fechou 4.756 vagas no período. O segundo com o maior déficit foi o agropecuário, que teve maiores baixas: 4.747 empregos perdidos. O comércio vem em seguida com 3.498 postos de trabalho encerrados e a indústria com outras 3.333 vagas fechadas.
Agência Sebrae