"Retomada depende da Indústria", diz Manoela D'Ávila

 

“Para nós, a retomada do crescimento da economia passa por aquilo que essa casa acolhe, que é a atividade industrial”, afirmou a pré-candidata do PCdoB à presidência da República Manuela D’Ávila durante sua participação nesta quarta-feira, 25, no Fórum FIERN Caminhos do Brasil, na Casa da Indústria.

Com uma apresentação calcada em questões relacionadas ao desenvolvimento do país, a pré-candidata fez contraponto ao modelo econômico do presidente Michel Temer e defendeu a redução das desigualdades como o caminho para o desenvolvimento. “Desconheço qualquer nação que tenha se desenvolvido – sobretudo em períodos de crise – sem o forte papel do estado. Sou uma militante socialista. O meu projeto de desenvolvimento é aquele que valoriza o trabalho”, pontuou.

Quanto à indústria que o Brasil deve apostar,  afirmou que o país ainda precisa desenvolver sua indústria tradicional e que não deve abraçar a ilusão que a revolução tecnológica ou que a Indústria 4.0 possa salvar o Brasil. Ela considera a convergência entre os dois modos industriais como forma mais acertada para desenvolver o país.

No plano econômico, a pré-candidata defendeu a retomada da atividade industrial para o crescimento da economia do país. “É preciso enfrentar temas como juros e câmbio, como sistema de Ciência, Tecnologia e Informação, para que a indústria faça parte, ou volte a fazer parte, do nosso sonho de país”, destacou.

Para ela, a atual política de câmbio e juros destroem a indústria nacional e precarizam o trabalho. “Nossa proposta de política econômica é antagônica a do atual governo”, disse ela, que também criticou o teto de gastos. Segundo a pré-candidata o teto provoca, entre outros efeitos ruins, o déficit público.

Sobre a Previdência, defendeu um debate transparente e uma auditoria para saber se existe ou não déficit. “Se colocar os últimos presidentes, Fernando Henrique, Lula, Dilma e Temer em salas diferentes e perguntar de quanto é o déficit cada um deles falará números diferentes”. Conforme Manuela D’Ávila, o tema deve ser tratado dentro de uma ideia de país.

Ela defendeu a revogação da reforma trabalhista, através de um referendo popular, e uma reforma tributária que tribute a renda. Abordou também a questão da segurança em sua apresentação. Disse que o debate está equivocado e que mais armas e prisões não resolvem, pelo contrário, só aumentam a violência. “É preciso ter calma para depurar as propostas nessa área que servem para o país”. Ela chamou de escandalosos os números da violência no Rio Grande do Norte e afirmou que tratar a questão da segurança no Brasil com ódio, divisão e apostando no quanto pior melhor, não irá melhorar a situação.

Sexta convidada a participar do Fórum na capital potiguar, Manuela D’Ávila agradeceu ao presidente do Sistema FIERN Amaro Sales o convite para o debate e por perceber a importância que as Federações de indústrias dos estados podem ter para garantir a construção de pontes entre ideais para o desenvolvimento do Brasil. “Permitir que o conjunto das candidaturas à presidência do nosso país se manifestem neste plenário de forma democrática, com um conjunto de opiniões que existem sobre os caminhos que o Brasil pode percorrer para o enfrentamento da crise é um gesto muito relevante”, destacou.

Realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte, o Fórum Sistema FIERN Caminhos do Brasil tem como objetivo trazer os pré-candidatos à presidência da República ao estado para apresentarem suas propostas e ideias para o país.

 

Fonte: Agência de Notícias FIERN

 

  Revista Negócios
 Veja Também