Vladimir Centurião

A reinvenção da experiência entre marcas e fãs por meio do esporte

 

O grande desafio de organizadores e empresas que apoiam os principais eventos esportivos do Brasil é, sem dúvida, o de se reinventar em meio a pandemia do século e, consequentemente, a impossibilidade da realização de várias competições calendarizadas para o ano de 2020. Se para os organizadores a realidade é um verdadeiro baque na viabilidade dos negócios, para os patrocinadores oficiais, a situação também é crítica. Isso porque ela representa um distanciamento entre marcas e fãs. Este relacionamento que, no mundo dos esportes, pulsa emoção e saudosismo.

A justificativa é simples: o branding no esporte depende de experiências que vão além de ações comerciais. Ele visa aproximar-se do público de forma a entender sua verdadeira paixão e alcançá-lo. Neste sentido, procuramos entender o que os motiva e entregamos uma solução que expresse a força deste sentimento. É uma jornada de experiência que busca conectar momentos marcantes entre o corporativo e as pessoas. Dentro desse contexto, como, então, atrair a atenção das pessoas que, por enquanto, não podem sentir a emoção de pilotar um modelo inovador nas pistas ou torcer de perto em uma corrida entre carros velozes? Como proporcionar os efeitos do famoso ronco do motor, o arrepio da arrancada ou a emoção da bandeirada na linha de chegada? Sem contar da possibilidade de tocar e ver, sem a barreira da telinha, tecnologias tão avançadas ali, bem perto.

A resposta, assim como em quase todas as esferas da sociedade neste período, está na tecnologia. A Stock Car, uma das principais competições do automobilismo mundial, inspirada na manutenção dos fanáticos pela velocidade, desenvolveu o primeiro campeonato virtual, que simula as principais pistas do Brasil por meio de uma plataforma de games, a Automobilista2. Essas etapas on-line, que se iniciaram com uma corrida de teste realizada em 1º de julho, demonstram a capacidade de empresas e marcas inovarem também na experiência com os fãs do esporte a motor.

A estratégia suscita a ideia do investimento nos jogos eletrônicos, como meio de amplificar experiências simuladas virtualmente e que, de alguma forma, se aproximam do real. As pessoas podem assistir aos pilotos favoritos sem sair de casa e provar a mesma emoção. É uma extensão mais próxima do que é vivido nas pistas e contribui, ainda mais, para trazer o público mais jovem para perto da modalidade – uma carência sem precedentes para a categoria nos dias atuais.

O esporte sempre foi um celeiro de inovações, que impulsionaram a evolução dos carros que hoje andam pelas ruas. Exemplos não faltam. Só para citar um bem prático: a suspensão inteligente foi laboratório em corridas na década de 1990. Hoje, item básico na fabricação de veículos, o que os tornou ainda mais seguros. O automobilismo sempre foi parceiro inspirador de inovações para as montadoras, desde aprimoramentos no motor e na aerodinâmica, tecnologias aplicadas a melhoria de performance etc.

Pela primeira vez no Brasil, a Toyota GAZOO Racing estreia como patrocinadora e participante da principal categoria do automobilismo brasileiro: a Stock Car. Esta é a receita que determina a essência da divisão esportiva da marca: o sentimento de ir até o limite para fazer cada vez melhor. No futuro, pretendemos expandir o apoio a outros eventos ligados ao automobilismo. Seja por meio das competições ou com os produtos customizados e acessórios para carros, queremos fazer parte de momentos inesquecíveis na memória dos fãs do esporte.

E, cá entre nós, existem inúmeras oportunidades para esse público e um vácuo a ser preenchido pelas empresas, com patrocínio e iniciativas de fomento que vão ajudar a popularizar o esporte no País. E, com os patrocínios, chegarão mais investimentos em infraestrutura, pilotos e, porque não novos eventos, virtuais ou presenciais. A discussão vai nos ajudar a construir um futuro mais inclusivo, com pessoas de diferentes perfis e faixas etárias compartilhando a mesma paixão pela direção. Afinal, o futebol sempre será preferência nacional. Mas os carros ocupam aquele lugar cativo entre os amantes dos esportes.

*Por Vladimir Centurião, diretor de Operação de Vendas, Pós-Venda e Marketing da Toyota e representante da divisão esportiva Gazoo Racing no Brasil.

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