A taxa básica de juros (Selic) está atualmente em 3% ao ano, mas pode cair novamente em junho, quando acontecerá a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC).
“Acredito em uma estabilidade a partir de agora, mas não descarto quedas em virtude do cenário incerto que a pandemia ainda produz para a nossa economia. Uma nova queda pode acontecer se a inflação continuar em parâmetros de queda. Sendo assim, se reduz a Selic com a finalidade de facilitar a retomada da economia pós isolamento para estimular o consumo e a produção”, afirma Cleverson Pereira, professor de Cenários Econômicos do Centro Universitário Internacional Uninter.
A Selic meta é a taxa considerada básica de juros para o governo remunerar os títulos públicos emitidos aos seus credores e o parâmetro do custo dos empréstimos e financiamentos no mercado financeiro. Ela também é usada como base pelos bancos para definirem o preço que irão vender o dinheiro para o consumidor.
Pereira explica que o parâmetro principal, utilizado pelo Copom, é a taxa de inflação, medida pelo Índice de Preço Consumidor Amplo (IPCA). “Quando esse indicador está em queda permite ao comitê um lastro para redução na taxa Selic. As diretrizes de política monetária também são usadas como parâmetro. Elas são responsáveis por ações como injetar dinheiro na economia para superarmos a falta de produção e investimentos causados pela Covid-19”, afirma.
A redução da taxa Selic é bastante utilizada para injetar recursos, uma vez que barateia os preços dos empréstimos e financiamentos para estimular a contratação e consumo no mercado. “O lado bom é o preço menor nas taxas de empréstimos e financiamentos, e uma procura maior por crédito para consumo tanto das empresas produtoras quanto das famílias consumidoras”, exemplifica o especialista.
A queda também tem suas consequências. “Um volume maior de crédito no mercado irá endividar o consumidor que pode vir a inadimplir no futuro. A taxa de juros Selic em baixa também irá remunerar em parâmetros menores os investidores em títulos do governo e muitos que trazem seu dinheiro para o Brasil voltam a aplicar em outras economias mais sólidas, pois a remuneração pequena não é mais atrativa aqui face ao risco exposto”, comenta Pereira.