A inclusão produtiva de empreendedores do campo é foco de um convênio que o Sebrae no Rio Grande do Norte e a Fundação Banco do Brasil assinaram nesta quinta-feira (22) para implementar projetos nas áreas de avicultura caipira e cultivo de ostras nativas. Juntos, esses dois projetos vão envolver recursos superiores a R$ 1,76 milhão, dinheiro que será aplicado na criação de novas fontes sustentáveis de renda para 102 produtores rurais de vários municípios potiguares.
A solenidade de assinatura, realizada no auditório do Sebrae, reuniu produtores rurais, dirigentes da instituição e executivos do Banco do Brasil e da Fundação, além de representantes do governo do estado e das 12 prefeituras englobadas na ação. O diretor técnico da instituição, João Hélio Cavalcanti, também participou da solenidade e enfatizou a importância da parceria para fortalecer a inclusão produtiva e o empreendedorismo rural.
"Essa parceria vem sendo construída e consolidade há alguns anos e é fruto de um trabalho sério que conseguimos desenvolver. Acreditar nas atividades econômicas e no empreendedorismo, é importante para o semiárido. Apostamos muito na avicultura, pela questão da sanidade, e na ostreicultura, pois, não temos dúvidas que temos as melhores ostras do Brasil", afirma o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-RN, José Vieira, acerca da parceria com a Fundação Banco do Brasil e as iniciativas a serem desenvolvidas.
A primeira se trata do Projeto de Desenvolvimento da Ostreicultura Potiguar, que vai atender a 30 membros da Associação dos Ostreicultores de Canguaretama (Aoca), que atualmente retiram ostras nativas do mangue. No total, serão aplicados mais de R$ 569 mil nas ações. O projeto vai qualificá-los, com consultorias, repasse de técnicas de cultivo, manejo adequado do molusco e ações de acesso a mercados.
Cada um receberá um kit produtivo, contendo toda a parte de estrutura, acessórios e 20 mil sementes de ostras, para começar o negócio e minimizar o extrativismo que impera na região, considerada uma das que têm os maiores bancos naturais de ostras do estado.
"Esse projeto vai nos ajudar, juntamente com nossas famílias, no sentido de garantir renda. Esse tipo de apoio é muito importante. É uma ação importante para toda a região em termos de sustentabilidade", explica o presidente da Aoca, Marco Antônio Caeira. Isso porque, em vez de retirar da naturaza, os produtores vão cultivar molusco em uma área que já está licenciada - a primeira do estado para ostreicultura - junto ao Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do RN (Idema).
Cada módulo de produção está avaliado em R$ 22,4 mil, cuja maior parte será subsidiada pelo projeto. O produtor entra com uma contrapartida de apenas R$ 79 mensais durante dois anos, duração do projeto. Com 20 mil sementes, é possível obter uma renda de até R$ 16,5 mil por ano pelos cálculos do Sebrae.
"É um dia importante porque juntamos esforços em prol do apoio essas duas atividades econômicas. Esses são dois projetos em que já foi demonstrada a viabilidade financeira. Com esse das ostras, por exemplo, podemos abrir uma nova fronteira econômica para o RN. Quem sabe se no futuro não teremos a ostreicultura com uma participação expressiva no nosso Produto Interno Bruto?", entusiasma-se o diretor superintendente do Sebrae-RN, José Ferreira de Melo Neto, também conhecido como Zeca Melo.
*Com informações da Agência Sebrae de Notícias