Programas de integridade abrem novos mercados

SEG. 24 DEZ

Interessados em expandir mercado para negociar com grandes empresas e com o governo (nos três níveis), os pequenos negócios estão atentos sobre adoção de ações de integridade e ética para ampliar vendas, além de contribuir com a imagem da empresa perante clientes e a sociedade. Uma pesquisa do Sebrae mostrou que 36% das micro e pequenas empresas (MPE) brasileiras já vendem para grandes corporações e esse contingente pode dobrar com outros pequenos negócios (36%) que ainda não vendem, mas gostariam de começar a negociar com esse mercado. Quanto às vendas governamentais, o mesmo estudo apontou que 24% das micro e pequenas empresas já vendem para União, estados e municípios e 35% ainda não negociam, mas desejam começar a fazê-lo. 

Nesse contexto, os donos de pequenos negócios têm observado que a adoção de programas de ética e integridade está deixando de ser uma simples questão de construção da imagem da empresa para se tornar uma pré-condição para conquista desses mercados. Cada vez mais o mercado (governos estaduais e grandes empresas privadas) está impondo aos pequenos negócios a adoção de Programas de Integridade como requisito para fechar contratos, como é o caso dos governos do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e do Distrito Federal que já contam com legislação nesse sentido.

Na mesma linha, dentro de uma lógica de responsabilidade solidária, as grandes empresas também estão começando a demandar, em maior ou menor grau, a adesão dos seus fornecedores a programas de integridade, definindo em contrato o compromisso com o código de conduta do contratante e postura anticorrupção. É o que vem sendo praticado pela maioria das empresas ganhadoras do Prêmio Pró-Ética, do Ministério da Transparência e Controladoria Geral da União (CGU), entre a SIEMENS, NATURA e UNIMED e também pela PETROBRÁS a partir do seu GRI (Grau de risco de integridade), que é como avaliam seu cadastro de fornecedores.

Segundo a pesquisa do Sebrae, realizada com 2 mil empresas (ME e EPP), o combate à corrupção e a implementação de um programa de conduta (Programa de Integridade) para reger as relações da empresa com clientes e fornecedores (públicos e privados) são questões que estão cada vez mais presentes na agenda dos donos de pequenos negócios no Brasil. O estudo mostra que quase 80% dos empreendedores gostariam de ter sua empresa reconhecida por contar um programa dessa natureza e a maioria dos empresários (70%) que ainda não têm um programa interno com esse propósito, considera importante adotar essa política.

Embora o nível de conhecimento das MPEs sobre o tema da “integridade” ainda seja baixo (cerca de 2/3 dos empresários não sabiam que os Planos são cada vez mais demandados por grandes empresas e pelo governo), os donos de pequenos negócios - ao tomarem conhecimento do assunto – atribuem uma nota elevada à importância de aderir a essa prática. 8,2 é a nota média dada pelas MPEs à importância da incorporar uma política de compliance (em uma escala de 0 a 10).

Entre os donos de pequenos negócios, os mais jovens (com até 34 anos) são os que demonstram maior interesse em expandir suas vendas para grandes empresas e para o governo. Ao mesmo tempo, esse grupo de empreendedores são os que demonstram maior interesse em implantar Programas de Integridade em seus negócios.

 

NÚMEROS DA PESQUISA


É baixo o grau de conhecimento das MPEs sobre o tema “integridade”:

71% das MPEs (3/4) não sabiam que a existência de um “PI” pode atenuar penas em processos de corrupção;

65% das MPEs (2/3) não sabiam que os “PI” são cada vez mais demandados por “grandes empresas” e pelo “governo”;

34% das MPEs (1/3) não sabiam que atos de corrupção de funcionários podem levar a empresa a responder judicialmente pelos mesmos.


Ainda é baixo o grau de implantação de “PI” nas MPEs: 

só 15% das MPEs afirmam possuir “Programa de Integridade”;

4,1 é a nota média que as MPEs atribuem a si em termos de conhecimento sobre “PI” (em uma escala de 0 a 10).


Mas é relativamente “bom” o ponto de partida para uma maior disseminação dos “PI” no universo de MPEs. Abaixo são citados alguns itens necessários à criação de um “PI”: 

22% das MPEs afirmam possuir declaração pública (na internet ou local visível) sobre seus valores e compromissos;

33% das MPEs afirmam possuir um código de ética formal (documento escrito);

46% das MPEs afirmam que realizam treinamento de pessoal sobre comportamento/conduta esperados;

69% das MPEs afirmam possuir controles internos formais sobre as operações da empresa.


E é alto o reconhecimento sobre a importância do tema “integridade” e o interesse das MPEs em implantar o seu próprio “PI”: 

8,2 é a nota média que as MPEs atribuem à importância da sua empresa possuir um “PI” (em uma escala de 0 a 10);

77% das MPEs gostaria de ter sua empresa reconhecida por ter um programa de “PI”;

70% das MPEs que ainda não têm um “PI” considera importante a sua empresa passar a ter.


Entre as MPEs que não possuem “PI”: 

77% gostariam de ter apoio para implantação de um “PI”;

66% têm interesse em acessar vídeos sobre “PI” na internet;

61% têm interesse em acessar textos sobre “PI” na internet;

42% têm interesse em ter consultoria presencial sobre “PI”

 

Fonte: Agência Sebrae de Notícia

 

  Revista Negócios
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