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Programa Cidade Empreendedora transforma ambientes de negócios

QUA. 16 JUN

O programa Cidade Empreendedora é uma iniciativa do Sebrae que tem como objetivo impulsionar os resultados socioeconômicos dos municípios, levando estratégias de empreendedorismo para a administração pública. Organizado em biênios, o programa é dividido em dez eixos de atuação: gestão municipal, lideranças, desburocratização, sala do empreendedor, compras governamentais, empreendedorismo nas escolas, inclusão produtiva, marketing territorial e setores econômicos, cooperativismo e crédito, inovação e sustentabilidade. As soluções criadas para cada cidade respeitam as características e individualidades dos municípios. Agora, em 2021, inicia-se um novo ciclo do Cidade Empreendedora, o programa já conta com quase 10% dos municípios brasileiros atendidos, são mais de 510 cidades transformadas.

De norte a sul do país, o Cidade Empreendedora acumula cases de sucesso. O programa traz avanços não só para a administração pública, como para a sociedade, e principalmente, para os donos de micro e pequenos negócios locais. Santa Catarina é um dos estados que conta com o maior número de cidades atendidas. Dos 295 municípios, 54 participaram do programa no biênio de 2019 e 2020. O gerente de desenvolvimento regional do Sebrae Santa Catarina, Paulo Rocha, afirma que a iniciativa revolucionou as cidades em diversos aspectos. “Em Florianópolis, por exemplo, o empreendedor levava 90 dias para abrir uma empresa. Hoje, após a participação no Cidade Empreendedora, esse prazo é de cinco dias úteis. Isso reflete diretamente na criação de empregos. Mesmo durante a pandemia, Santa Catarina é o estado que, proporcionalmente, mais abriu empresas, gerando um saldo positivo de postos de trabalho”, declara.

Para Rocha, o grande diferencial do programa é a sua atuação sistêmica e customizável de acordo com as necessidades de cada localização. “Dividido em eixos, o Cidade Empreendedora consegue transformar as cidades integrantes, respeitando as particularidades e necessidades de cada região. Vamos pegar como exemplo, a cidade de São Martinho (SC) que registrou um aumento de 190% em compras com os negócios locais. O município saltou de R$ 960 mil para R$ 2,8 milhões em compras com micro e pequenas empresas locais. Isso tudo através de capacitações, consultorias e eventos direcionados para esse objetivo. Por fim, ganha o prefeito que é reconhecido como um bom gestor, ganham os agricultores que tiveram novos negócios contratados, ganham os empresários que ampliam seus contratos, ganham os servidores que foram capacitados e ganha a população com a economia aquecida, tendo emprego e renda circulando”, analisa o gerente.

O município de Rio do Sul (SC) foi o primeiro a se inscrever no Cidade Empreendedora do estado. De lá para cá, já foram seis anos de trabalho, em três edições do programa. O prefeito Jose Thomé comemora os avanços e antecipa os próximos passos. “O Cidade Empreendedora trouxe para nós a felicidade do pleno emprego. O número de empresas na cidade cresceu 67%, com 8,9 mil pessoas jurídicas em pleno funcionamento. Além disso, nós criamos o plano de desenvolvimento econômico, identificamos e traçamos estratégias para os cinco eixos que movimentam a cidade. Sem falar na Sala do Empreendedor que colocamos para funcionar e hoje é recorde em atendimentos, levando conhecimento para quem já empreende e para quem quer ter sua empresa”, elogia.

O Cidade Empreendedora também tem feito transformações no centro-oeste brasileiro. Em Mato Grosso do Sul, já foram onze cidades atendidas pelo programa: Alcinópolis, Anaurilândia, Bataguassu, Brasilândia, Bodoquena, Figueirão, Maracaju, Ribas do Rio Pardo, Santa Rita do Pardo, Sidrolândia e Chapadão do Sul. Essa última, em especial, apresenta resultados significativos no fomento da agricultura familiar, integrando as vendas para as escolas públicas da cidade, em parceria com a Secretaria de Educação. Em 2018, quando o programa iniciou, foram movimentados R$ 62 mil no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). No ano seguinte, o número saltou para R$ 110 mil, com aumento da participação dos produtores locais. A meta para 2021 é chegar a R$ 244 mil.

A coordenadora de políticas públicas do Sebrae Mato Grosso do Sul, Kassiele Nardi, comenta que o Cidade Empreendedora mapeou os pontos fortes do município, respeitando as particularidades da região. “Chapadão do Sul é uma cidade relativamente nova, com 33 anos de criação, o agro é uma das maiores bandeiras de desenvolvimento econômico local, por isso, o foco foi justamente esse. Com a implementação dos programas PNAE e PAA na cidade, a agricultura familiar conseguiu aumentar sua renda, fornecendo gêneros alimentícios para escolas, fortalecendo os micro e pequenos negócios produtores desses alimentos. Esse eixo das compras públicas com os produtores locais aumenta bastante o valor que fica no município, é positivo para todos”, reitera.

O prefeito de Chapadão do Sul, João Carlos, acrescenta que pretende dar continuidade com o Cidade Empreendedora para implementar novos projetos no município. “Eu digo que o Cidade Empreendedora trouxe realmente a mentalidade do empreendedorismo para nossa população. Com a ajuda do Sebrae, nós reunimos gestores públicos, empresários e a população em prol de promover soluções e desenvolvimento econômico. Considero que tivemos muito sucesso e já estamos prontos para a próxima fase. Para se ter uma ideia, hoje a pessoa que abre uma empresa em Chapadão do Sul, já sai com o alvará de funcionamento no ato. Nós desburocratizamos várias questões e digitalizamos o atendimento ao público. A vida do empreendedor em Chapadão do Sul é mais fácil, porque ele tem incentivo, tem consultoria, tem agilidade no serviço público”, declara.

Agência Sebrae

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