Crédito: Bruna Justa

Petróleo domina as exportações do RN em julho com 77,5% do volume total exportado

 

As remessas do petróleo combustível utilizado para refino – chamado de fuel oil – do Rio Grande do Norte para o mercado externo assumiram o topo do ranking de exportações do estado. Em julho, as exportações do produto atingiram um volume de cerca de US$ 66,2 milhões, que equivale a mais de 77,5% de todos os envios internacionais das mercadorias potiguares no mês. Somente neste ano, o volume do óleo bruto de petróleo exportado já chega a US$ 305,5 milhões, montante acumulado entre janeiro e julho deste ano.

O destino de aproximadamente 70 mil toneladas do óleo potiguar é basicamente o país de Singapura, que fica no sudeste asiático. O país tem sido o principal comprador do petróleo extraído na Bacia Potiguar, que praticamente estreou na pauta de exportações do RN em abril do ano passado, com remessas substanciais do produto.

Para se ter uma noção do crescimento das exportações do derivado, apenas em sete meses de 2022, o Rio Grande do Norte já exportou quase 370 mil toneladas de fuel oil para Singapura, o que representou mais que o dobro das negociações registradas entre abril e dezembro do ano passado, subindo de US$ 182,7 milhões, em nove meses de 2021, para US$ 239,4 milhões, exportados nos sete primeiros meses deste ano.

Para o gestor do Projeto de Petróleo & Gás do Sebrae-RN, Robson Matos, essa prevalência do óleo combustível na pauta de exportação se deve ao mercado internacional e também questões internas, chegando a retirar o melão da liderança do ranking de produtos do RN mais comercializados no exterior.

"O preço do barril de óleo no mercado internacional torna bastante atrativo as exportações dessa commodity, além disso temos ainda algumas limitações para o refino do óleo mais pesado no país e a volatilidade entre demanda e oferta internacional ocasionadas pela crise entre Rússia e Ucrânia e reflexos da pandemia”, analisa Robson Matos.

A liderança do derivado de petróleo na pauta de exportação potiguar é um dos destaques da edição deste mês do Boletim Balança Comercial do RN, um informativo elaborado pela Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae no Rio Grande do Norte com base nas informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, referentes a julho de 2022. O boletim acompanha a evolução do comércio exterior do estado mês a mês, assim como as operações de compra e venda de mercadorias no mercado internacional durante série histórica, que leva em consideração os cinco últimos anos.

Exportações acumuladas registram aumento de 132,4%

De acordo com o informativo, as exportações do Rio Grande do Norte atingiram um volume de US$ 85,4 milhões em julho, que corresponde a uma queda de 36,4% em comparação com o mês anterior. Além do petróleo, os itens mais negociados no mês foram as pedras preciosas (US$ 3,3 milhões), as lagostas congeladas (US$ 3,3 milhões) e as chapas estratificadas (US$ 1,2 milhão). Como é possível deduzir, as operações foram realizadas principalmente com Singapura, seguida dos Estados Unidos (US$ 7, 9 milhões), China (US$ 1,6 milhão), Colômbia (US$ 1,3 milhão) e Portugal (US$ 882,6 mil).

Já as importações potiguares no sétimo mês do ano somaram em apenas US$ 18,1 milhões, montante que é 34,5% menor que o volume de importações de junho deste ano. Os trigos e as misturas com centeio se mantêm na primeira posição na pauta de importação do estado. Em julho, esses produtos somaram um volume de US$ 5,1 milhões em importações, negociados principalmente com a Argentina.

Outros insumos para o agronegócio também constaram na relação, como o sulfato de potássio (US$944 mil), adubos e fertilizantes químicos (US$ 841,6 mil), vindos da China, além de máquinas e aparelhos mecânicos (US$ 724,7 mil) e chapas de polímeros de etileno (US$ 590,9 mil).

Devido a essa relação entre exportações e importações, a balança comercial do estado em julho apresentou um superávit de US$ 67,3 milhões, saldo que é 36,9% menor que o do mês anterior, quando a balança registrou superávit de US$ 106,6 milhões. De acordo com o boletim do Sebrae, o superávit acumulado entre janeiro e julho deste ano é de US$ 286,5 milhões. Já as exportações acumuladas chegam a um volume superior a US$ 494,1 milhões, o que significa um aumento de 132,4% em relação ao volume acumulado nos sete primeiros meses do ano passado. Já as importações acumuladas no ano totalizam um volume de US$ 207,5 milhões.

Agência Sebrae

  Revista Negócios
 Veja Também