Herika Viviane Moreira, da JMT
Crédito: Divulgação

Pessoas com deficiências contam sobre carreira e inclusão no mercado de trabalho potiguar

TER. 16 MAR

Em meio à pandemia da covid-19, eles demostram ainda mais força, coragem e são fonte de inspiração. Estamos falando das Pessoas com Deficiência (PCDs), que no mercado de trabalho destacam-se por apresentar habilidades técnicas como qualquer outro indivíduo e têm ganhado cada vez mais espaço nas organizações.

Apesar de não haver dados concretos no Rio Grande do Norte sobre a inserção dos PCDs no mercado de trabalho, sabe-se que são muitas as pessoas que vão em busca por uma vaga e comemoram quando a conquista. É o caso de Eliane Elizabete da Silva, de 23 anos, que convive com atrofia muscular adquirida na infância. "Antes de conseguir uma vaga de recepcionista na UPA da Cidade da Esperança, onde trabalho há quase um ano e meio, cheguei a ter muito medo, já que sofria preconceito na adolescência e tinha dificuldade em ser contratada. Graças a Deus eu consegui e percebo que muitos outros colegas com deficiência também têm conseguido", celebra.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 1 a cada 4 brasileiros tem algum tipo de deficiência, representando 46 milhões de pessoas. Boa parte em idade economicamente ativa, ou seja, dos 15 aos 65 anos. Somada às políticas de inclusão, isso tem feito com que muitas empresas se conscientizem cada vez mais sobre a importância da inserção desse público no ambiente de trabalho.

A JMT Service, empresa especializada em terceirização de mão de obra, é uma das instituições potiguares que soma forças para que a Lei 8313/91, conhecida como Lei de Cotas, seja cumprida e as pessoas com deficiências tenham seus direitos garantidos. "Cada vez mais temos assumido o compromisso de garantir e intensificar a participação das pessoas com deficiências no mercado de trabalho. Acreditamos que isso pode estimular outras empresas a permitirem o acesso desse público às diferentes oportunidades. E nesta busca pela inclusão, contamos com o auxílio de entidades como a Coordenadoria para Inclusão da Pessoa com Deficiência e Associação dos Deficientes Físicos do Rio Grande do Norte, que encaminham para nós", explica a gerente administrativa Jerlani Alves.

As palavras de felicidade de Eliane mencionadas anteriomente ecoam e somam com as de outos natalenses como Éllio Peixoto, de 52 anos, e de Edilma Pereira, de 38 anos. Acometido pela poliomielite, ele trabalha como rádio operador no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu Natal) há quase 10 anos. Ela, diagnosticada com linfedema linfática crônica, é merendeira da Escola Estadual Walfredo Gurgel há quase dois anos. "Sempre gostei de trabalhar, graças a Deus. Apesar da minha deficiência, que faz com que uma das pernas seja maior que a outra, não me sinto inferior aos outros", diz Éllio. "Tenho uma perna mais grossa que a outra, mas isso não me impede de fazer o que eu mais gosto que é cozinhar", acrescenta dona Edilma que, em anos anteriores, já foi proprietária do seu próprio restaurante.

Multifacetada

Herika Viviane Moreira, de 36 anos, tem visão monopolar e é recepcionista do Hospital Universitário Onofre Lopes. Seu primeiro emprego foi também como recepcionista na biblioteca de uma universidade privada. Na sequência, trabalhou no provador em uma grande loja de roupa de um shopping center e no caixa de uma loja de motos. "Eu sei do meu valor como profissional, como ser humano. E se alguém chega para mim e diz que eu não posso fazer algo, eu mostro que posso, que eu vou me esforçar e conseguir como qualquer outra pessoa. Este é o meu conselho que eu dou para todos", frisa Herika.

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