Juliana Maia Franco realizou pesquisa sobre capital emocional
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Pesquisa discute a relação entre saúde mental e trabalho a partir do isolamento social

 

Com as consequências da pandemia de Covid-19, o termo "capital emocional" ganhou ainda mais popularidade. Nessa perspectiva, pesquisadores têm se debruçado no assunto para tentar desmistificar sua relevância para a sociedade, que em pouco tempo se viu obrigada a dividir, simultaneamente na própria casa, demandas de trabalho e atividades domésticas.

Estudiosa no assunto, a doutoranda em Administração, Juliana Maia Franco, explica que o tema em questão define como cada pessoa se envolve com o trabalho, além dos desafios do dia a dia e os objetivos da empresa em que atua, caracterizando a saúde mental como essencial nas organizações.

Como ela mesma menciona, esse recorte foi o "botão de partida" para sua Tese de Doutorado intitulada "Percepção do Suporte Organizacional, Capital Psicológico Positivo no Trabalho e Transtorno Emocional". A investigação, que deverá ser publicada em breve em capítulos de livros e em revistas especializadas, estudou o impacto das mudanças no relacionamento entre empresas e funcionários, avaliando o estado de saúde mental de trabalhadores antes, durante e após o fim do isolamento social. A pesquisa acompanhou ainda pessoas que trabalhavam no formato presencial e migraram para o formato remoto em 2020, com o intuito de entender como essa mudança afetou de forma positiva ou negativa questões de saúde mental e capital emocional.

“A ideia de pesquisar sobre gestão de pessoas como um todo, colocando o trabalhador como foco ao invés do trabalho, já tinha sido levantada no meu Mestrado. Eu percebi que, nas demandas de saúde do trabalhador, transtornos mentais e questões de saúde mental vinham crescendo. Então, decidi analisar no Doutorado o que podia melhorar ou piorar essas condições de saúde”, diz Juliana, que é doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Potiguar (PPGA-UnP).

Durante a elaboração da pesquisa atual, os dados revelaram uma queda na saúde mental dos participantes, o que, automaticamente, tinha o potencial de afetar o capital emocional de cada um. Foi nesse momento que a pesquisa evoluiu para a análise de como as empresas estavam lidando com os trabalhadores e quais recursos estavam sendo oferecidos para melhorar ou piorar a situação.

O levantamento final sobre os processos mentais e as percepções de trabalhadores durante a pandemia esclareceu que, principalmente durante o período mais restrito de isolamento social, houve um aumento da incidência de transtornos emocionais. No entanto, foi notada a percepção do suporte organizacional oferecido pelas empresas. "Isso reitera a importância e o poder do apoio institucional para prover uma relação saudável entre empresas e funcionários em períodos de crise", afirma o orientador do estudo, professor doutor Nilton Formiga.

Apesar do resultado da pesquisa evidenciar dados considerados positivos, o estudo demonstra uma preocupação quanto à saúde das emoções dos colaboradores frente às adversidades na rotina do trabalho remoto. “Os funcionários devem procurar mecanismos de desenvolvimento organizacional e emocional para fugir de processos graves de adoecimento mental. São esses processos que trabalhamos com a psicologia positiva no ambiente de trabalho," aconselha o docente, que também atua no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UnP.

  Revista Negócios
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