Pequenas indústrias do RN começam a reagir à crise

SEG. 11 DEZ

A retomada ainda é lenta, mas já começa a redesenhar o cenário de crise econômica que assolou o segmento da indústria potiguar nos últimos três anos. De acordo com a Sondagem Industrial da FIERN, a reação na indústria de transformação potiguar, por exemplo, vinha ocorrendo de forma mais restrita às empresas de médio e grande porte. No entanto, em outubro, as pequenas indústrias assinalaram crescimento, o que em 2017 só havia ocorrido em maio. 

"Isto não é garantia de uma retomada, significa apenas a reação do segmento industrial mais fortemente atingido pela crise em todo o país", Avalia Amaro Sales, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte - FIERN. Segundo ele, ainda em outubro, a utilização da capacidade instalada do conjunto da indústria potiguar correspondeu a 66%, muito abaixo de sua média histórica. Porém a das pequenas indústrias potiguares era ainda mais baixa, 59%.

"Isto significa que estas indústrias estão utilizando pouco mais da metade do seu potencial de produção em termos de máquinas, equipamentos e demais instalações físicas. A outra parte está ociosa. Nossos empresários industriais estão confiantes em relação ao cenário que se desenha para os próximos seis meses. Todavia, ainda não estão suficientemente otimistas com as condições atuais", afirma Amaro.

Os melhores desempenhos em 2017 vêm sendo registrados pelo ramo de têxteis (exceto vestuário) e de alimentos. Em contrapartida, o conjunto do setor da construção civil ainda não cresceu. "Mesmo assim, já se observa uma reação em relação à 2016. Nestes três últimos anos de crise, a instalação de parques eólicos é que conseguiu amenizar um pouco as perdas de emprego provocadas pela situação", comemora o presidente da FIERN. 

Amaro ainda fez questão de ressaltar os desinvestimentos da Petrobras, que, segundo ele, impactaram negativamente em toda a cadeia de suprimentos industriais, direta e indiretamente, interligada à extração de petróleo e gás natural. "Esses desinvestimentos da Petrobras queimaram uma proporção significativa dos nossos melhores empregos, sem contar a redução na receita dos royalties do Estado e dos municípios", lamenta Amaro, lembrando também dos seis anos de seca, que assim como os desinvestimentos da Petrobras, contribuíram para a crise que atingiu o setor industrial no Estado. 


 

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