Bruno Talarico assinou com o diretor Zeca Melo (camisa amarela) o primeiro contrato e vai fabricar uma caldeira sustentável
Crédito: Agência Sebrae

Pequena empresa recebe recursos para executar projeto inovador

SEX. 25 SET

Os pequenos negócios potiguares estão prestes a ganhar maior competitividade com o apoio à inovação para executarem projetos sustentáveis, como é o caso de uma caldeira elétrica biosustentável automática que será desenvolvida com recursos do Edital Centelha, oriundos da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e do Sebrae-RN. Ao todo o Centelha, programa pioneiro no RN e no país, aprovou 15 projetos de pequenas empresas potiguares, totalizando recursos da ordem de R$ 800 mil, um importante aporte financeiro para apoiar projetos que irão fortalecer o ecossistema de inovação e, consequentemente, a economia do Rio Grande do Norte.

O primeiro contrato no valor de pouco mais de R$ 50 mil foi assinado na manhã desta quarta-feira (23) pelo empresário Bruno Talarico Silva, proprietário da empresa MaqNova, localizada em Nova Parnamirim, na região metropolitana de Natal. O diretor superintendente Sebrae-RN, José Ferreira de Melo Neto, que assinou pela instituição é um entusiasta da inovação nas empresas e acredita que os recursos provenientes de editais, como os dos programas Centelha e Tecnova são de grande relevância para o segmento das micro e pequenas empresas. “É a inovação tecnológica chegando na pequena empresa, gerando projetos sustentáveis e que darão maior competitividade aos pequenos negócios estabelecidos no nosso estado”, comemora Melo.

Bruno Talarico, que também é representante de uma pequena indústria alimentícia, explica que a caldeira com autoclave, equipamento que realiza o processo de esterilização através de vapor aquecido e sob pressão, permitirá a cocção de coco seco, utilizando energia solar e pode ser utilizada em fábricas de pequeno porte, que trabalham com frutas, como a castanha de caju. “A nossa expectativa em relação a esse projeto é muito boa, porque o funcionamento da caldeira será com energia limpa (solar), diferente de outros tipos de caldeiras que normalmente são alimentadas através da combustão de lenha”, afirma Bruno.

O empreendedor explica que depois de pronta, a caldeira será comercializada para micro e pequenas empresas que fazem o processamento de frutas oleaginosas, como a castanha e o coco seco, que têm uma casca dura e necessitam passar pelo processo de cocção para que seja feita a extração da polpa. “Estamos inovando e criando uma caldeira elétrica com compensação solar de energia, evitando a queima de resíduos para a atmosfera. Inclusive os resíduos que forem gerados com a extração das frutas, também serão processados e transformados em adubo orgânico, evitando o lançamento desses resíduos na natureza”, promete.

Solução tecnológica

Este tipo de equipamento normalmente é encontrado em grandes indústrias instaladas no sul e sudeste do país e detém capacidade de processamento muito alta, o que inviabiliza o acesso e a própria utilização pelas pequenas empresas. “Até porque a pequena empresa não tem uma necessidade tão grande de produção”, diz Bruno. A caldeira que será fabricada pela MaqNova terá capacidade para processar quatro toneladas por mês de frutas oleaginosas, conforme estimativa de Bruno Talarico. O equipamento será uma solução tecnológica e certamente despertará o interesse de pequenos produtores de castanha de caju do Nordeste brasileiro, principalmente.

O Programa Centelha é promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), operado pela Fundação CERTI e tem como instituição executora no Rio Grande do Norte a instituição de apoio às micro e pequenas empresas do estado, o Sebrae-RN. O programa conta com parceiros locais, como o Parque Tecnólogico Metrópole Digital, a Fundação de Apoio à Pesquisa do Rio Grande do Norte (Fapern), a Rede Potiguar de Incubadoras (Repin) e a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (Fiern).

Agência Sebrae

  Revista Negócios
 Veja Também