Parceria: Brasil e Alemanha produzem combustíves de aviação

 

Aconteceu em Natal, entre os dias 5 e 7 de junho, o 1º Congresso da Rede Brasileira de Bioquerosene e Hidrocarbonetos Renováveis para Aviação. O objetivo do evento foi reunir as principais entidades que trabalham no desenvolvimento dos produtos no País. Durante o Congresso, foi apresentado para todos o projeto ProQR, cooperação entre os Governos do Brasil e Alemanha, para produção de combustíveis sintéticos de aviação.  

O ProQR é um projeto de responsabilidade do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) do Brasil e  Ministério Federal do Meio Ambiente, da Proteção da Natureza e Segurança Nuclear (BMU) da Alemanha. "Os dois países usam os potenciais de cada um para mostrar ao mundo um caminho novo. De uma maneira geral, estamos falando de proteção climática. No entanto, podemos utilizar essa proteção climática para crescimento econômico também. Produzindo combustíveis de aviação, utilizamos energia elétrica renovável, eólica e solar, para sintetizar o combustível", destacou Torsten Schwab, diretor de projeto da ProQR. 

Os projetos de produção de combustíveis renováveis para aviação receberão apoio do Governo Federal. "É um caminho sem volta! A partir de 2020, o setor internacional da aviação precisa reduzir a emissão de poluição. Então, todo o mundo precisa participar desse contexto, já que aviões vêm da Europa para o Brasil, seguem do nosso País para os EUA e por aí vai. Ou seja, é um novo cenário global. O apoio político no Brasil existe, com Ministérios e Agências envolvidas", destacou o coordenador de Desenvolvimento e Inovação em Tecnologias Setoriais do MCTIC, Eduardo Soriano. 

A intenção da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis é tornar o Brasil protagonista na produção de combustíveis renováveis para aviação. "A ANP está muito ativa nesse processo. Revisamos a regulamentação do setor, de modo que fique atual com o setor internacional. Além disso, o RenovaBio é um grande incentivo para a produção de biocombustíveis. Esse evento reuniu indústria, Governo e academia para avançar nesse processo", destacou o coordenador do Centro de Pesquisas e Análises Tecnológicas da ANP, Fábio Vinhado.

O evento deve trazer resultados imediatos para o setor. "Foi fundamental reunir todos os envolvidos nesse processo de desenvolvimento de bioquerosene e hidrocarbonetos renováveis para aviação. Encerramos o evento com a certeza de que o trabalho já é uma realidade e que todos devem caminhar juntos no desenvolvimento de políticas públicas voltadas para incentivar o crescimento do setor já a partir de 2019", destaca Amanda Gondim, presidente do evento e coordenadora da Rede Brasileira de Bioquerosene e Hidrocarbonetos Renováveis para Aviação. 

A nova política pode, inclusive, incentivar a redução dos preços das passagens aéreas, principal reclamação da população que utiliza o modal aéreo. “Futuramente, isso pode ocorrer, sim. Estamos falando de um combustível que aproveita as potencialidades do País, pois parte de biomassa, como oleaginosas, álcool ou biomassa residual. Além disso, contribui para diminuição da importação de querosene de aviação (QAV). Ou seja, ajuda na balança comercial”, destaca Gondim. 

O Congresso estimulou a discussão em torno da formação de capital humano, fornecendo conhecimentos técnicos para quem vai atuar no novo e próspero mercado de trabalho que deve ser aberto a partir dessa nova política internacional. Durante os três dias do evento, foram realizados apresentações de trabalhos científicos, na forma oral e de pôsteres, palestras de renomados especialistas nacionais e internacionais e painéis sobre temas de interesse do setor de produção de energias renováveis para aviação. Paralelamente ao Congresso, foi realizada uma feira, em que as empresas expuseram seus produtos e serviços.

 

  Revista Negócios
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