Crédito: Agência Brasil

Para 65% das micro e pequenas industrias, situação econômica do país vai piorar enquanto a população não for vacinada

 

Com a instabilidade provocada pela incerteza econômica e o avanço lento dos programas de vacinação contra a covid-19, mais da metade das micro e pequenas indústrias está pessimista com relação a situação econômica do Brasil e do próprio negócio.

Para 65% da categoria, a situação do país vai piorar enquanto todos os brasileiros não forem vacinados. Outros 27% acreditam que a situação fica como está. Apenas 7% acham que o cenário vai melhorar.

Os dados são do Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria, realizado pelo Datafolha, a pedido do Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo (Simpi).

Quando perguntados com relação à situação econômica do próprio negócio, 54% acreditam que fica como está e 25% afirmam que vai piorar enquanto a vacinação não avançar.

Vacinação lenta

Com pouco mais de 10% dos brasileiros tendo recebido a primeira dose da vacina contra a covid-19 até o momento, segundo dados das secretarias estaduais de Saúde, o país ainda está longe da chamada imunidade de rebanho. Segundo a pesquisa Simpi/Datafolha, para 74% das micro e pequenas indústrias, a vacinação no Brasil está mais lenta do que deveria. Para apenas 24% dos entrevistados o cronograma está dentro do prazo esperado.

Inflação

Um dos pontos da situação econômica avaliados na pesquisa é a inflação. Para 77% dos entrevistados, haverá alta nos próximos meses. Outros 18% avaliam que fica como está e apenas 4% preveem na queda.

Poder de compra

Como consequência do aumento da inflação, para 80% dos micro e pequenos industriais o poder de comprar vai diminuir ainda mais. Para 13% fica como está e 7% acham que vai aumentar.

Estabelecimentos fechados

Com cronograma instável e imprevisível para abertura e fechamento de estabelecimentos não essenciais durante a pandemia, todos os setores foram atingidos e muitos obrigados a suspender ou encerrar as atividades. Ainda de acordo com a pesquisa, 64% das micro e pequenas indústrias relatam muito prejuízo para seus negócios com o fechamento de estabelecimentos comerciais não essenciais. Outros 22% afirmam que o prejuízo foi pouco até o momento e apenas 14% avaliam que ainda não houve prejuízo.

Segundo o presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo, Joseph Couri, a pesquisa demonstra claramente a perda do poder aquisitivo da população, o que leva à diminuição do consumo e, junto com as restrições sanitárias, resulta em mais demissões.

“Estamos num ciclo recessivo, que é preciso reverter. E a resposta está na aceleração do programa de imunização para restabelecer a normalidade de trabalho para as pessoas, na manutenção do auxílio emergencial e crédito para retomar o consumo. Além disso, é fundamental também o auxílio empresarial, com linhas de crédito e prorrogações tributárias para manter as empresas vivas. Temos de estimular a geração de emprego e o crescimento econômico. Estamos frente a problemas novos, portanto precisamos de soluções igualmente novas”, afirma Couri.

Sobre a pesquisa

O Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria de São Paulo, encomendado pelo Simpi e efetuada pelo Datafolha, é reconhecido como antecipador de tendência. É importante salientar que 42% das MPI’s de todo Brasil estão em São Paulo.

A coleta de dados ocorreu em março de 2021.

A íntegra das pesquisas anteriores, desde março de 2013, está disponível no site (http://www.simpi.org.br).

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