Ostreicultura transforma realidade de famílias no RN

 

Apesar de sentir os efeitos da grave crise econômica que assola o Brasil nos últimos anos, o município de Canguaretama está investindo em criatividade, trabalho e cooperações para gerar emprego e renda para a população mais carente. A saída encontrada para dezenas de famílias está na ostreicultura familiar, que está causando uma verdadeira transformação na realidade dos extrativistas. A partir de uma parceria da Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Pesca e Aquicultura, com o Sebrae e a Fundação Banco do Brasil, o estuário do Rio Curimataú se transformou em fonte de desenvolvimento social.

Com a parceria com consultores do Sebrae, os extrativistas da Associação de Ostreicultores de Canguaretama (AOCA) tiveram um grande incremento no  projeto, até então incipiente, em fevereiro deste ano, quando foi assinado um convênio com a  Fundação Banco do Brasil e a Prefeitura. No total, serão mais de R$ 600 mil investidos no município, com 30 famílias beneficiadas diretamente já na primeira etapa do projeto. Cada grupo familiar de produtores  recebeu um kit de produção no valor de R$ 22, gerando uma renda mensal inicial de mais de R$ 1 mil.  

A  Prefeitura de Canguaretama também trabalhou para entregar as carteiras de Registro Geral da Atividade Pesqueira (RPG), que é a a identidade que cada ostreicultor necessita para estar regular na sua atividade  profissional e ter acesso aos benefícios que o Governo Federal oferece. 

Além dos recursos oriundos dos investimentos do Banco do Brasil, a ostreicultura de Canguaretama apostou também na sustentabilidade para organizar as contas. Mais especificamente na reciclagem de garrafas PET descartadas incorretamente nos manguezais para a confecção de novos sementeiros. Segundo dados da Secretaria de Pesca e  Aquicultura do município, o trabalho dos ostreicultores já representou a reciclagem de seis mil garrafas PET.

Segundo a prefeita do município, Fátima Marinho, as famílias  ribeirinhas já tinham no camarão e no caranguejo duas grandes fontes de renda e com a ostreicultura, outras pessoas puderam ser integradas. “A ostra já é um novo símbolo local. O estuário reúne as condições ideais para a sua produção, abrindo portas para a conquista  do mercado local e também para exportações”, conta a gestora.

A comercialização das ostras de Canguaretama se dá majoritariamente em Natal, principalmente para restaurantes da capital potiguar, que acompanham uma tendência nacional de demanda crescente pela iguaria. A cultura da ostra no município visa proporcionar ao cliente produtos com maior nível de qualidade a preços competitivos. Configura-se como um ramo da aquicultura que vêm provando ser um negócio viável para o desenvolvimento de comunidades de pescadores artesanais.
 

  Revista Negócios
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