O varejo brasileiro presenciou um crescimento de 57% no fluxo de visitas em lojas físicas, em índice anual acumulado de março/21 a março/22. Os dados são da última edição do IPC (Índices de Performance de Varejo), realizado pela HiPartners com chancela da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).
Paralelamente, o comércio eletrônico faturou R$ 161 bilhões em 2021, de acordo com levantamento da Neotrust — 113,9% a mais que em 2019. Essa alta participação do e-commerce no varejo do país é um reflexo da transformação digital impulsionada pela pandemia, em todas as esferas sociais.
No comércio, a digitalização pode corresponder à criação de novas lojas nativas digitais, lojas com tradição no mercado físico que expandiram a atuação para o e-commerce ou, até mesmo, uso de tecnologias digitais nos processos organizacionais de lojas que atuam exclusivamente no varejo físico.
Estratégias coletivas ampliam competitividade no varejo físico
Nesse sentido, Jonatan da Costa, CEO da Área Central — especializada em compras conjuntas para empresas — acredita que as tecnologias digitais, alinhadas aos processos físicos, podem gerar mais sucesso aos pequenos varejistas.
Um exemplo é a solução oferecida pela empresa, que integra centrais de negócios. Elas reúnem empreendedores com objetivo de ganhar competitividade e ter mais chance de crescimento, além de acesso a novos mercados por meio da compra conjunta. O modelo de trabalho que se encaixa no cooperativismo é, certamente, um atrativo para empresas que almejam unir forças em prol do mesmo objetivo.
"No mercado atual, com mais e mais empresas disputando o mesmo nicho, os empresários precisam encontrar novas formas de pensar e fazer negócios para sobreviver. Uma dessas maneiras é a atuação em conjunto com outros players, de forma associada. O objetivo dessas parcerias que passam pela digitalização é obter vantagens estratégicas e agregar valor aos produtos e serviços comercializados, beneficiando os clientes", contextualiza Costa.
Solução financeira para varejo digital diminui custos e gera competitividade para PMEs
O processo de associação em busca de diferenciais competitivos para pequenos lojistas também está presente na atuação do comércio digital. Jaison Goedert, co-fundador e CEO da Magazord Digital Commerce — startup com serviços completos para e-commerces —, acredita que o negócio de pequeno porte pode enfrentar dificuldades quando inicia sua atuação no varejo digital, começando pelo custo em transações financeiras.
“Há diversas taxas operacionais para processamento de pagamentos, a depender de cada método utilizado pelo consumidor final. Contudo, o custo de cada operação varia conforme o volume total de processamentos mensais. Consequentemente, o pequeno lojista não consegue competir no mercado com o mesmo custo operacional que um gigante do varejo”, explica.
Comparativamente, a loja que está ingressando no comércio eletrônico pode ter dificuldades em se destacar como opção de compra do consumidor final. Com isso em mente, a Magazord desenvolveu o próprio gateway de pagamento que, em 2021, processou mais de R$ 530 milhões em Volume Bruto de Mercadoria (GMV).
A solução financeira concentra e intermedeia as transações realizadas por mais de 1100 lojas virtuais. “Com um montante mensal de transações bem expressivo, conseguimos as menores taxas financeiras do mercado. A redução do custo operacional possibilita que os e-commerces criem promoções, liberem cupons especiais e fidelizem seus consumidores”, complementa Goedert.
Importância da presença digital e o impacto de possuir um site
Atualmente, é fundamental que empresas de todos os portes tenham uma atuação digital ativa e constante. Conforme a pesquisa “Presença Digital” da HostGator, multinacional de hospedagem de sites e provedora de serviços online, feita com cinco mil comerciantes em 2021, quase 60% dos empreendedores passaram a investir no digital. Desses, 64% perceberam aumento nas vendas por esse formato.
O levantamento também apontou que um terço dos negócios com sites hospedados na HostGator declaram manter comércio online e físico. “O consumidor continua buscando informações e conferindo o produto de uma marca na loja online, e, após tomar uma decisão, vai até o espaço físico para concluir a compra e receber a mercadoria. Essa integração do ambiente digital ao físico deve se firmar como um dos principais impactos do pós-pandemia para o varejo”, analisa Ricardo Melo, vice-presidente de marketing da HostGator Américas.