Crédito: Alex Régis

O arroz, o cimento, a oferta e a procura

SEX. 25 SET

A situação de alta nos preços do cimento, aqui no Rio Grande do Norte serve como base para explicar a “explosão” do arroz no mercado nacional. É basicamente a lei da oferta e da procura aliada a outras particularidades do mercado em meio ao cenário atual provocado pelo Covid-19.

Muitos chegaram a classificar o caso do arroz erradamente como alta na inflação. Mas a verdade não é essa, pois o IPCA (índice que mede a inflação de produtos e serviços no varejo) está em aproximadamente 2%.

O que vimos, nesse período, foi que muitas famílias passaram a receber o auxílio emergencial, o que levou ao aumento geral no poder de compra durante a pandemia, consequentemente houve uma maior demanda de itens básicos como arroz, feijão, óleo vegetal, etc.

Se não bastassem as compras a mais, algumas famílias decidiram estocar produtos, temendo sua falta ou o risco de serem contaminados. Desse modo, tentando frear o aumento nos preços e a falta nos estoques, os supermercados começaram a limitar a quantidade de compra de cada item por pessoa, mas o famoso “jeitinho brasileiro” dificultou o êxito dessa ação.

Outro fator, foi o aumento sucessivo do dólar, o que tornou mais atrativo para os produtores vender para o mercado externo ao invés do interno. Além disso, outros países produtores de arroz tiveram dificuldade ou pararam de exportar o produto, enquanto Brasil exportou muito entre maio e junho.

Uma situação em particular, aqui no Estado, serve para comprovar essa tese sobre o arroz. No Rio Grande do Norte, o valor do cimento cresceu de forma semelhante ao caso do arroz. Isso aconteceu, pois muitas famílias que tiveram um aumento no poder aquisitivo aproveitaram esse tempo em casa para realizar reformas.

Além disso, empresários que tinham alguma reserva de emergência estão explorando o período para reformar os seus estabelecimentos e fazer melhorias. Tudo isto resultou em um aumento no preço, que quase dobrou. Ou seja, lei da oferta e da procura.

Claro que, no caso Especifico do arroz existe o fator primordial de se tratar um item básico de consumo, o que acaba atingindo em cheio a população, principalmente a mais carente.

Dessa forma, para amenizar os efeitos do problema, mudanças de hábito podem ajudar até que os preços se normalizem. Praticar a criatividade na cozinha utilizando alimentos que tenham o valor nutricional semelhante ao arroz, mas com preços mais em conta é uma saída.

Esse exemplo, inclusive não se aplica apenas ao arroz, mas outros alimentos podem vir a ser afetados nesse período de pandemia. Então, uma boa alternativa é inovar sem abdicar do prazer de uma boa refeição!

*Tiago Medeiros, CEO da TM Finanças, Consultor financeiro com formação em Gestão financeira

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