O aniversário chegou. Como celebrar em meio à crise?

SEX. 22 MAR

Há algumas décadas atrás, as pessoas tinham o costume de fazer festas e comemorações em casa. Aniversários, batizados e até casamentos poderiam ser feitos em jardins e quintais sem grandes preocupações. Era o dono da festa, seus familiares e empregados que cuidavam do menu a ser servido e enfeitavam o lar com uma simples decoração. O tempo passou, e com ele chegou a modernização do festejar. Sem tempo para realizar as festas em casa, as pessoas passaram a buscar casas de festas especializadas que oferecessem tudo pronto. A proposta era ter num único lugar buffet, decoração e lazer.

Com a grande procura, esse mercado cresceu. As pessoas queriam festas para não serem esquecidas. O buffet e a decoração passaram a ficar cada vez mais elaborados. Mas, com a chegada da crise, o país viu esse mercado frear e foi preciso se readequar para continuar em operação. “Quando começamos, há 9 anos, o mercado de festas estava em um ótimo momento. Já existam casas especializadas aqui em Natal e, por isso, foi preciso pesquisar fora para trazer algo novo. Nossa casa tem como diferencial a proposta lúdica, no qual o festejar é mais intimista e pode ser vivido com mais intensidade”, comenta a empresária Danielle Acioly, que comanda a casa de festas CrocoKids.

Nos últimos anos ela viu aos poucos os clientes mudarem o perfil das comemorações. As festas grandiosas passaram a ter mais “cara” de receber em casa, e as centenas de convidados passaram a ser dezenas, ou, até mesmo, apenas crianças. “Vimos que nosso cliente estava com orçamento apertado, mas queriam muito comemorar. Nossa alternativa foi trazer inovação para o mercado, e uma delas foi apostar no ponto crucial da questão: o bolso do consumidor. Assim, criamos pacotes com menor custo, passamos a oferecer festas apenas para a garotada e mantivemos o que tínhamos de melhor: nossa equipe qualificada e uma enorme infraestrutura de lazer”, contou.

Essa mudança empresarial para atender uma demanda do mercado não é voltada apenas para o Rio Grande do Norte. Em todo o país foi vista que essa foi a alternativa de muitas casas de festas que queriam se manter em operação e não perder a clientela. Informações da Associação Brasileira de Eventos Sociais mostram que o perfil do consumidor brasileiro vem mudando ao longo dos anos, tudo por causa da crise econômica. Mesmo assim, ainda é alto o número que o mercado de festas e eventos movimenta no Brasil. Só em 2017, segundo a ABRAFESTA, ele foi responsável por girar R$ 17,2 bilhões no país. E são as festas infantis que levam a maior parte da fatia desse bolo, representando 16% do número total de eventos realizados no Brasil. O segredo para esse mercado não parar é atender o apelo dos pais. Afinal, quem não gosta de comemorar a vida de um filho?

Um exemplo disso é a professora Marília Pinto. Mesmo com o orçamento muitas vezes apertado, ela sempre festeja a chegada dos dias das filhas, uma de 11 anos e outra de 4 anos. “Para mim, comemorar o dia delas é muito importante. Claro que o meu orçamento e o que posso gastar são fatores determinantes, mas, aí, eu pesquiso, readéquo, corto o que posso e consigo fazer a festa como imaginei. Já fiz festa pomposa, festa mais simples. Tudo vai de acordo com o orçamento familiar. O mais importante é realizar o sonho delas. Isso, não tem preço”, afirma.

 

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