Mercado Eleva Projeção de Crescimento da Economia para 3% em 2024

 

A expectativa do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira em 2024 foi revisada para cima, passando de 2,96% para 3%. A nova projeção consta no Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (23) pelo Banco Central (BC), que reúne previsões semanais dos principais indicadores econômicos.

Essa revisão otimista vem após o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre deste ano surpreender ao registrar um aumento de 1,4% em relação ao primeiro trimestre. Em comparação com o segundo trimestre de 2023, a expansão foi ainda mais expressiva, com alta de 3,3%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A previsão para o PIB em 2025 permanece estável em 1,9%, e para os anos de 2026 e 2027, a estimativa de crescimento é de 2% ao ano.

Desempenho em 2023

Em 2023, o PIB brasileiro cresceu 2,9%, superando expectativas, e alcançou o montante de R$ 10,9 trilhões. O resultado segue um ritmo de crescimento consistente, após a alta de 3% registrada em 2022, consolidando a recuperação da economia após os impactos da pandemia.

Cotação do Dólar

Em relação à cotação do dólar, a projeção para o final de 2024 é de R$ 5,40. Para o fim de 2025, o mercado espera que a moeda norte-americana seja cotada em R$ 5,35.

Inflação

No cenário da inflação, o Boletim Focus indica que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a medida oficial da inflação no Brasil, deve fechar 2024 em 4,37%, um leve aumento em relação à previsão anterior de 4,35%. Já para 2025, a expectativa é que o índice fique em 3,97%, enquanto para 2026 e 2027 as projeções são de 3,62% e 3,5%, respectivamente.

A projeção de inflação para 2024 ainda está acima da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, ou seja, entre 1,5% e 4,5%.

A partir de 2025, o Brasil adota um sistema de meta contínua de inflação, com o centro fixado em 3% e a mesma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Taxa de Juros e a Selic

O Banco Central usa a taxa básica de juros, a Selic, como principal ferramenta para controlar a inflação. Atualmente, a Selic está em 10,75% ao ano, após uma série de ajustes realizados pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A última elevação dos juros ocorreu em agosto de 2022, quando a taxa subiu de 13,25% para 13,75% ao ano, marcando o primeiro aumento após mais de dois anos de estabilidade.

De acordo com o Boletim Focus, o mercado financeiro projeta que a Selic deve encerrar 2024 em 11,5% ao ano, com a expectativa de novas elevações até lá. Para 2025, a estimativa é que a taxa caia para 10,5%, e para 2026 e 2027, as previsões indicam reduções para 9,5% e 9%, respectivamente.

A elevação da taxa Selic tem como objetivo conter a demanda aquecida e, consequentemente, controlar os preços, já que os juros mais altos tornam o crédito mais caro e incentivam a poupança. No entanto, a alta dos juros também pode limitar o crescimento econômico ao encarecer o acesso ao crédito, afetando tanto consumidores quanto empresas.

Por outro lado, uma redução na taxa Selic tende a baratear o crédito, estimular o consumo e a produção, o que pode ajudar a impulsionar a atividade econômica, mas com um controle menor sobre a inflação.

  Revista Negócios
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