Daniel Chalfon, sócio da Astella
Crédito: Divulgação

Mercado de Venture Capital avança no Brasil

SEX. 16 ABR

Modalidade de investimentos alternativos utilizada para apoiar negócios por meio da compra de uma participação acionária, geralmente minoritária, com objetivo de ter as ações valorizadas para posterior saída da operação. Esta é a definição mais simples encontrada na internet (Wikipédia) sobre Venture Capital (termo em inglês que pode ser traduzido como capital de risco, capital empreendedor, capital de ventura, capital de investimento).

Consolidado nos Estados Unidos, o mercado de Venture Capital cresceu 10 vezes no Brasil, desde 2013, segundo dados do Crunchbase, e tem atraído cada vez mais investidores brasileiros. "O mercado de venture capital no Brasil está no seu melhor momento até agora. A classe de ativos é relativamente nova no mercado, cerca de 10 ou 15 anos desde os primeiros fundos dedicados a VC teh. De lá para cá, o ecossistema foi ficando cada vez mais completo e forte com a construção de instituições capazes de apoiar e financiar o empreendedor nas mais diversas etapas da jornada", revelou Daniel Chalfon, sócio da Astella, gestora de investimentos em venture capital, em recente entrevista para Tais Farias, do portal da revista Meio & Mensagem.

"Hoje, podemos dizer que o Brasil é um ecossistema completo de venture capital em todos os estágios e em grande crescimento. Apesar disso, ainda existe um potencial enorme a ser explorado", completou.

Movimento em expansão

De acordo com Daniel, três fatores foram primordiais para a expansão do Venture Capital no Brasil: 1) a formação de um ecossistema completo, desde a base com as aceleradoras, anjos e fundos pré-seed, os fundos Série A e, agora, mais recentemente, os fundos late stage; 2) o interesse cada vez maior dos jovens em empreender e trabalhar na área de tecnologia; 3) os empreendedores seriais, founders que já construíram grandes negócios e renovam suas apostas no mercado de tech brasileiro retornando e empreendendo em novos negócios.

Diante do atual cenário, ele diz que valeu muito a pena insistir em participar da carteira de investimentos dos investidores. "Foi preciso um ciclo longo para se provar que essa modalidade pode trazer um retorno excepcional no Brasil para aqueles que aceitam o risco e abrem mão da liquidez", explicou Daniel ao Meio & Mensagem.

Mas, apesar dos avanços, Daneil diz acreditar que o Brasil ainda precisar crescer muito até alcançar uma maturidade no setor. A representatividade do Venture Capital Brasileiro no PIB é 11 vezes menor do que a do norte-americano.

Geração de empregos

Segundo ele, "é preciso criar uma cultura em que o venture capital é uma das soluções para problemas estruturais do país; estimula a criação de valor, a geração de empregos, a qualificação dos profissionais e faz isso com um modelo de “shared propsperity”, onde cada vez mais pessoas são beneficiadas por essa enorme criação de valor".

Para atuar nesse mercado, o profissional precisa ter muita curiosidade, cabeça aberta, gosto por estudar e aprender, além de muita convicção na sua visão como investidor, ensina Daniel. Não precisa ser necessariamente oriundo do mercado financeiro. "Michael Moritz, da Sequoia, que é o principal fundo de VC do mundo, era jornalista da revista Time", aponta Daniel, que deixa um recado: "a gente não sabe como será o futuro, mas precisamos saber quem são os empreendedores que vão construir esse futuro, e investir neles".

*Com informações da Meio & Mensagem

  Revista Negócios
 Veja Também