Fruticultura, especialmente melão e banana, e cana-de-açúcar lideram o ranking de Valor da Produção Agrícola do Rio Grande do Norte de 2017. Somados, os três produtos geram aproximadamente 60% do valor total gerado no ano passado, que foi de R$ 1.410.504.000, superior em 11,47% ao valor da produção do ano de 2016 (R$ 1.265.355.000). Os números do RN representam 0,4% da produção nacional. Os dados estão na Pesquisa Agrícola Municipal, divulgados nesta quinta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Estado continua sendo o maior produtor de melão (338.665 toneladas) do país, com destaques para os municípios de Mossoró, Tibau e Apodi. Mossoró destaca-se ainda como um dos municípios maiores produtores de fruticultura do país (24º). Enquanto Mossoró, Apodi e Baraúnas também se destacam na produção de melancia (6º maior produtor do país com 199.192 toneladas); os municípios de Touros e Ielmo Marinho se destacam na produção de abacaxi.
Do valor total da produção agrícola potiguar, R$ 991.819.000 foram referentes a produtos das lavouras temporárias e R$ 418.685.000 das lavouras permanentes. Os principais produtos das lavouras temporárias e permanentes com maior contribuição para o valor da produção no ano 2017 são: cana-de-açúcar (R$ 394.689.000), melão (R$ 256.710.000), banana (R$189.736.000), melancia (R$ 102.863.000), abacaxi (R$ 74.303.000), mamão (R$ 72.744.000), mandioca (R$ 67.299.000), batata doce (R$ 50.142.000), coco-da-baía (R$ 43.805.000), maracujá (R$ 38.257.000), manga (R$ 34.950.000) e castanha de caju (R$ 33.377.000).
É o segundo maior produtor de castanha de caju (20.670 toneladas), mantendo-se o município de Serra do Mel como principal produtor. O estado foi superado em 2017 pelo Ceará (81.098 toneladas). Os dados destacam outros produtos da fruticultura: mamão – 4º maior produtor do país com 86.342 toneladas; maracujá – 5º, com 29.182 toneladas; manga – 6º, com 44.253 toneladas; coco-da-baía – 8º, com 69.076 toneladas; e banana – 9º, com 210.933 toneladas.
PAM Nacional
Em 2017, o país teve safra recorde de cereais, leguminosas e oleaginosas, chegando a 238,4 milhões de toneladas. O aumento foi de 28,2% na comparação com 2016, com crescimento da área colhida em 5,9%. Segundo o IBGE, a produtividade foi impulsionada pelas condições climáticas favoráveis, depois de um ano influenciado pelo fenômeno El Niño.
A soja responde por 48,1% da produção do grupo, seguida do milho, com 41%. Um dos destaques, segundo o gerente de agricultura do IBGE, Alfredo Guedes, é o avanço da soja sobre a Região Norte - com produção de 5 milhões de toneladas e atrás apenas do açaí. “A soja não entra direto sobre as áreas de floresta. Geralmente, essas áreas já deixaram de ser floresta há alguns anos, eram pastagens, e os produtores tiram a pastagem e colocam a soja”.
Milho
A área plantada do milho cresceu 10,4%, o que elevou a produção em 52,3%, alcançado safra recorde de 97,7 milhões de toneladas. Porém, o crescimento não se refletiu no valor da produção, que somou R$ 32,9 bilhões, ante os R$ 37,7 bilhões de 2016. A explicação é a quebra de safra naquele ano, que elevou o valor da saca para R$ 29,15 em média. Com a volta das chuvas e da normalidade em 2017, o produtor recebeu R$ 13,89 por saca.
Arroz e feijão
A produção de arroz teve aumento de 17,4% e a de feijão 15,9%, o que resultou em queda no valor ao consumidor final, após o aumento de preço em 2016. O país produziu, em 2017, 12,5 milhões de toneladas de arroz e 3 milhões de toneladas de feijão. A redução no valor da produção de feijão foi de 56,9%, com R$ 6,9 bilhões no total. No arroz, o valor ficou em R$ 9,8 bilhões, aumento de 12,6% em relação ao ano anterior.
Somados, os 14 produtos do grupo cereais, leguminosas e oleaginosas respondem por 77,4% da área colhida no país e 54,6% do valor de produção.
Fruticultura
Os 23 produtos frutíferos pesquisados pelo IBGE somaram R$ 38,9 bilhões em 2017, um aumento de 4,6% em relação a 2016 e um novo recorde. O destaque é a laranja, com R$ 8,6 bilhões, 2% a mais do que no ano anterior. A área colhida de laranja foi de 631,7 mil hectares, sendo que 77,8% estão nos estados de São Paulo, Bahia e Minas Gerais.
Guedes explica que o açaí foi incluído na pesquisa a partir da safra de 2016 e apresenta dados surpreendentes, alcançando o posto de terceiro lugar na produção de frutas. Na pesquisa, é levado em conta o açaí plantado, excluída a produção extrativista.
“A gente já vinha monitorando, mas só incorporou ele em 2016, retroagindo os dados a 2015. A gente já vinha acompanhando o consumo do açaí pela população, que vinha aumentando bastante, e 2017 veio a confirmar que continua o crescimento do consumo e produção do açaí, que se encontra principalmente na Região Norte”.
A produção de açaí em 2017 foi de 1,3 milhão de toneladas, com valor total da produção de R$ 5,5 bilhões. Isso elevou o Pará ao posto de segundo estado produtor de frutas, com crescimento de 25,1% no valor de produção no ano, chegando a R$ 6,8 bilhões. O Pará também se destacou com o aumento de 49,9% na colheita de laranja, de 107,9% no limão e de 2.462,4% de tangerina.
São Paulo é o principal produtor de frutas, com destaque para a laranja; e o Rio Grande do Sul vem em terceiro, tendo como principal produto a uva.
Em 2017, o país produziu 17,5 milhões de toneladas de laranja, 6,7 milhões de toneladas de banana, 1,9 milhão de toneladas de uva e 1,5 milhão de toneladas de abacaxi.
*Com informações da Agência Brasil de Notícias