Crédito: Demis Roussos

Líderes empresariais do RN cobram solução para o Aeroporto Aluízio Alves

QUI. 05 MAR

A decisão do grupo argentino Inframérica de devolver o Aeroporto Internacional Aluízio Alves, localizado no municópio São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal, ao Governo Federal pegou muita gente de surpresa. O equipamento aeroportuário foi o primeiro cedido à iniciativa privada no país, em leilão realizado em 2011.

Presidente da Federação da Indústrias do RN - FIERN, Amaro Sales emitiu uma nota oficial na tarde desta quinta-feira (5). "Fomos surpreendidos com a notícia da desistência da Inframerica em relação a gestão do Aeroporto Internacional Aluízio Alves... O assunto precisa ser tratado, considerando o interesse público, com apurada sensibilidade", destaca na nota, o presidente da FIERN.

Abdon Gosson, presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagem no RN (ABAV), fez duras críticas à Inframérica e diz torcer que o estado seja mais feliz na próxima licitação. "Acho até que foi uma boa notícia para o turismo do Rio Grande do Norte, porque a expectativa do primeiro aeroporto privado do país foi muito grande, mas não foi concretizado muita coisa", ironiza.

"O nosso foi o primeiro aeroporto privatizado do Brasil e foi uma decepção muito grande. Sempre sentimos a Inframérica muito ausente de absolutamente tudo que se referia ao turismo do nosso estado. Nós solicitávamos, pediamos a presença, a colaboração, mas sempre foi de muito difícil acesso. Diferente do aeroporto de Fortaleza, que já tá em franca ascendência, ou o de Recife, e todos os demais do Brasil que estão sendo privatizados", completa Gosson.

O dirigente espera que o próximo concessionário "possa administrar com novos áres e que a gente possa entrar no rumo certo, que gostaríamos de estar hoje, por termos sido precursores dos aeroportos privados no Brasil e que acabou não sendo, infelizmente".

Maior indústria geradora de empregos no estado, o turismo, segundo Abdon Gosson, depende excenssialmente da aviação para incrementar o setor. "O turismo é a maior indústria geradora de emprego do estado e não podemos jamais esquecer disso".

O deputado federal Fábio Faria (PSD/RN) disse já estar mantendo contato com o Ministério da Infraestrutura e Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em busca de soluções e classificou a situação como "seríssima".

OPERAÇÃO - A Inframérica garantiu ao Governo do Estado que vai manter a operação do aeroporto até que uma nova empresa assuma o controle, depois de uma relicitação. Ao G1/RN, o vice-presidente da Inframérica, Jean Dedjeian, disse que o grupo vem registrando prejuízos por causa de questões contratuais que não podem ser alteradas devido ao Marco Regulatório da Aviação Civil.

O Governo do RN lamentou a decisão do consórcio em nota: "O Estado não tem gerenciamento sobre o transporte aeroviário, competência exclusiva da União. Entretanto o Governo do Estado, preocupado com a questão econômica, vai se reunir no início da próxima semana com o Ministério da Infraestrutura e a Anac para tratar do assunto".

A defasagem das tarifas de embarque, a previsão equivocada dos estudos de viabilidade, que previam um movimento de 4,3 milhões de passageiros em 2019 cntra 2,3 milhões verificados na realidade, e o valor das tarifas aéreas estão entre os três principais motivos da devolução.

O leilão foi em 2011 e a concessão do novo aeroporto teve início em 24 de janeiro de 2012 tinha duração de 28 anos, chegando até 2040.

Segue NOTA DA FIERN:

“Fomos surpreendidos com a notícia da desistência da Inframerica em relação a gestão do Aeroporto Internacional Aluízio Alves. Ainda são superficiais as notícias acerca das razões alegadas pela empresa sobre a inviabilidade do negócio.

De fato, esta foi a primeira concessão neste modelo no Brasil. É possível que precise de ajustes, mas foi importante para a Inframerica que, em seguida, conseguiu novos contratos, dentre os quais, a administração do Aeroporto Internacional de Brasília. Assim, de todas as partes, o assunto precisa ser tratado, considerando o interesse público, com apurada sensibilidade.

A Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte acompanhará o assunto com muito interesse e está a disposição para uma possível necessidade de negociação. É uma causa do Estado! E todos estão convocados - Governo do Estado, classe política, entidades empresariais, instituições da sociedade civil, Prefeitura de São Gonçalo do Amarante - para a luta em torno da construção de soluções que, não apenas viabilizem o funcionamento regular do aeroporto, mas estimulem o fluxo de passageiros e cargas.

Amaro Sales - Presidente da FIERN

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