Integrantes do Núcleo de Inovação para a Indústria de Cerâmica Vermelha Potiguar (INOVACER) e o vice-presidente da FIERN e presidente do Sindicer-RN, Pedro Terceiro de Melo, participaram de reunião nesta quarta-feira (18), com o tecnologista sênior do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), Mauricio Henriques Jr, para conhecer as principais orientações acerca de um novo projeto multidisciplinar do INT, voltado à biomassa energética para uso no Nordeste.
Durante o encontro, Mauricio Henriques rememorou resultados e informações relacionadas ao projeto Eficiência Energética em Indústrias Cerâmicas na América Latina para Mitigar a Mudança Climática (EELA), que contou com apoio do Sindicato da Indústria de Cerâmica do Rio Grande do Norte (Sindicer-RN), desenvolvido durante seis anos pela Divisão de Energia (DIENE) do INT, com apoio da Agência de Cooperação para o Desenvolvimento da Suíça (Cosude).
No Brasil, o polo piloto do projeto EELA foi no Rio Grande do Norte, na região do Seridó, onde o uso de fornos abertos – do tipo caipira ou caeira – contribui para o desperdício de energia térmica e, por consequência para a emissão de mais carbono na atmosfera.
Coordenado pelo INT em parceria com o Sindicer-RN, o projeto ELLA proporcionou aos ceramistas o conceito de eficiência energética, incentivando-os a modificarem suas tecnologias de queima, passando a demandar menos combustível para produzir a mesma quantidade de telhas e tijolos, melhorando a qualidade do produto final além de reduzir consideravelmente a poluição do ar, mostrando impacto social e ambiental, como o aumento da distribuição de renda, fortalecimento da economia local, preservação dos recursos naturais, uso de biomassa renovável e cumprimento das exigências legais e ambientais.
A partir do projeto que foi desenvolvido no RN, o Instituto Nacional de Tecnologia propõe o desdobramento das ações, maiores que o projeto inicial. O novo projeto multidisciplinar, que ainda segue em fase de negociação, tem como enfoque a biomassa energética e suas estratégias e implementação de tecnologias de uso na região Nordeste, incluindo a zona litorânea, alcançando um maior segmento de produtos, como carvão vegetal, gesseiro, panificação e casas de farinha.
Entre outras coisas, o novo projeto proporcionará centrais de biomassa, buscando a padronização do produto. A reunião, uma iniciativa da professora da Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ/UFRN) Rosimeire Santos, teve como objetivo rever as antigas parcerias do projeto EELA e fomentar novas parcerias de apoio técnico e qualificação profissional entre o Instituto Nacional de Tecnologia e os membros do INOVACER, constituído por empresas do setor cerâmico, universidades, Sistema FIERN, IFRN, sindicatos patronais, construtoras, fornecedores, Governo do Estado (SEDEC), CREA e CAU.
Na ocasião, o vice-presidente da FIERN e presidente do Sindicer-RN, Pedro Terceiro de Melo expôs a preocupação com o desperdício, que ainda é um dos principais gargalos do RN. O industrial ainda reforçou a necessidade de novos projetos, fundamentais para que se tenha inovação na indústria, e afirmou que está a disposição do INT. “Estamos aqui discutindo mais soluções. O grande desafio é criar novos produtos e enaltecer as qualidades, disse”.