A partir de novembro deste ano, Natal voltará a receber voos charters da Europa. Depois de uma ação promocional em parceria com o Governo do RN e a Prefeitura de Natal, as entidades ligadas ao turismo potiguar conseguiram efetivar dois voos com frequência semanal, partindo da Holanda.
O empenho para colocar Natal na rota dos europeus novamente foi muito elogiado pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis - ABIH/RN, José Odécio Júnior. "Tivemos total apoio do Governo, da Prefeitura e da Fecomércio. Espero que tenhamos a partir de agora uma política de Estado e não de Governo para o turismo, que para se consolidar precisa do apoio de todos os envolvidos", afirma Odécio.
Odécio, no entanto, fez questão de tornar público seu desapontamento com o Consórcio Inframérica, que administra o Aeroporto Aluízio Alves, localizado em São Gonçalo/RN. "Infelizmente, a Inframérica não tem feito nenhuma ação para promover o estado. A impressão que eu tenho é que eles esqueceram o Rio Grande do Norte e se dedicam apenas à Brasília", critica Odécio Júnior, insinuando que a Inframérica tem se preocupado muito mais com o Aeroporto de Brasília, que também está sob a gerência do consórcio.
"Eles ainda não mostraram pra que veio. Não tenho visto participação da Inframérica em nada. E isso me preocupa muito, devido à privatização em bloco de outros aeroportos nas capitais do Nordeste, que pode isolar o Rio Grande do Norte", especula. "Lamento que isso seja o comportamento de uma empresa privada, que parece se comportar como empresa pública", arremata.
O equipamento aeroportuário, ainda segundo José Odécio, pode gerar muito mais negócios do que tem gerado. Para o presidente da ABIH/RN, não resta outro caminho, "tem que chamar à Inframérica para conversar".
Voos Charters
Com os novos voos charters para Natal, saindo da Holanda, no final do ano (os primeiros estão previstos para o início de novembro), Odécio espera que a Inframérica possa, finalmente, começar a ver o Aeroporto de São Gonçalo com outros olhos, fazendo novos investimentos e promovendo o RN.
Para conseguir os voos europeus, além de um trabalho de marketing, com ações promocionais em feiras internacionais, as entidades ligadas ao turismo, como a própria ABIH, contaram com o apoio fundamental do Poder Público. De um investimento estimado em 1,5 milhão de euros para viabilizar os voos, há uma contrapartida de 100 mil dólares da Prefeitura de Natal e 200 mil dólares por parte do Governo do Rio Grande do Norte.
"O investimento em voos deste tipo ajuda, e muito, a movimentar a economia do estado, gerando emprego, negócios e impostos", aponta Odécio. Os dois voos semanais, partindo da Holanda, devem trazer cerca de 380 turistas holandeses e belgas. Para passar uma semana em Natal, o turista deve desembolsar algo em torno a 280 euros, graças às parcerias e ações promocionais entre entidades e empresas dos dois países envolvidos.
A retomada dos voos charters tem sido muito comemorada pelo setor de turismo potiguar, que já chegou a ter uma média de 18 voos charters semanais, antes da crise de 2008. Além da perda dos voos, Odécio revela que o Governo do Rio Grande do Norte parou de investir no turismo. "Abstivemos de nos promover no mercado internacional, depois da crise de 2008. Espero que tenhamos a partir de agora uma política de Estado e não de Governo".