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Influenciadores geram novo mercado que atrai gigantes da tecnologia, mas startup brasileira sai na frente

 

A pandemia trouxe luz a um mercado que já era crescente, mas pouco profissionalizado. Por meio de diversas campanhas de marketing realizadas nos primeiros meses deste ano, os chamados influenciadores digitais conseguiram comprovar o potencial de convencimento deste tipo de estratégia e passaram a atrair ainda mais a atenção. De olho em um mercado que deve movimentar até US$ 7 bilhões no mundo em 2020, gigantes globais da tecnologia, como Alibabá e Playstation estão anunciando o lançamento de soluções que prometem fomentar ainda mais este setor.

Enquanto isso, a startup brasileira Inflr, fundada em 2019, já comemora um faturamento superior a R$ 5,4 milhões obtido de janeiro a abril, mesmo com os efeitos da pandemia do Covid-19. A empresa desenvolveu a primeira plataforma que conecta anunciantes à influenciadores dentro de um marketplace.

Nela, os anunciantes promovem seus produtos e serviços utilizando a influência dos ‘famosos’ junto a seus seguidores nas redes sociais. A plataforma gera relatórios em tempo real com os dados de cada campanha, para que as marcas e agências não dependam de relatórios manuais, enviados pelos próprios influenciadores. A receita anunciada vem de clientes como Itaú, Droga Raia, Laureate, Porto Seguro, Heineken, GSK, Amstel, entre outros.

Modelo semelhante, porém mais simples, está sendo anunciado pelo Alibaba. A gigante chinesa acaba de lançar a AliExpress Connect, plataforma para conectar marcas e influenciadores que atuam em redes sociais como Instagram, TikTok e YouTube. O objetivo da empresa é criar um serviço no qual uma pequena e média empresa possa contratar influenciadores com apelo comprovado ao seu público-alvo. Dentro do serviço, de acordo com a empresa, o influenciador conecta seus perfis em redes nas redes sociais e faz a solicitação para participar de campanhas, que podem variar desde a replicação de conteúdo ao uso de hashtags ou geração de conteúdo original. O influenciador é pago de acordo com as vendas geradas por meio da sua divulgação.

Já o PlayStation Brasil lançou a plataforma Jogando na Rede, que possibilita conexão entre a empresa, os criadores de conteúdo e o público final. Os influenciadores precisam fazer as missões, disponibilizadas pela PlayStation Brasil, para ganhar pontos, que podem ser trocados por prêmios exclusivos dentro da própria plataforma.

Transparência

Estudos recentes mostraram que a maioria dos internautas brasileiros segue personalidades nas redes sociais e até 50% destes seguidores consomem produtos indicados pelas novas vozes da era digital. Mas, apesar de toda a efervescência em torno de seus nomes e atitudes, é ainda preciso profissionalizar este mercado formado por influenciadores de diversos nichos e alcances. Isto porque os profissionais de marketing se deparam com muitas dúvidas no momento de tomar uma decisão sobre este tipo de estratégia. Qual é o melhor nome? Qual o real nível de engajamento dele ou dela junto aos seus seguidores? E é aí que a tecnologia preenche a lacuna.

Batizado de Proof of Influence, o algoritmo criado pela Inflr calcula o valor de influência do post baseado no real engajamento promovido pelo influenciador. A ferramenta gera um índice de qualidade que considera vários quesitos, mas principalmente o engajamento do post. Para que a análise seja precisa, o algoritmo é integrado em diversas API's de machine learning, o que gera um score e, posteriormente, o valor do post.

"Assim conseguimos ir além de números e entender que duas pessoas com 500 mil seguidores, por exemplo, podem entregar resultados bastante diferentes e, portanto, cobrar mais ou menos pelo serviço. Ganhamos em transparência e precisão", diz o CEO da Inflr, Thiago Cavalcante.

Dentre as vantagens da plataforma, está a possibilidade de as marcas se comunicarem com até 100% dos seguidores de cada influenciador, fazer campanhas de remarketing e inclusive multissegmentar essa entrega por: idade, sexo, geolocalização, comportamento de compra etc. Além disso, assim que se encerra o conteúdo orgânico de um story, a ferramenta consegue amplificar a comunicação para 30 dias.

Dessa forma, ela concentraria em um único lugar tanto um repositório de influenciadores (divididos por diversos nichos) como uma central que pode ser usada por empresas de diversos tamanhos para impulsionar vendas. Até o final do ano, a empresa espera reunir 100 mil criadores dentro da base - número que, até 2022, o Alibaba quer impulsionar para 3 milhões.

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