Inflação IPCA-15 tem menor taxa para agosto desde 2010

QUI. 23 AGO

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve variação de 0,13% em agosto, fechando em 0,51 ponto percentual abaixo da alta de 0,64% de julho. É a menor taxa para agosto desde a deflação (inflação negativa) de 0,05% relativa ao mesmo mês de 2010, portanto dos últimos oito anos.

Os dados relativos ao IPCA-15 foram divulgados nesta quinta-feira (23), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Prévia do IPCA, a inflação oficial do país, o IPCA-15 fecha os primeiros oito meses do ano - janeiro a agosto - com alta acumulada de 3,14%.

Já a taxa acumulada nos últimos 12 meses ficou em 4,30%, abaixo dos 4,53% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2017, atingiu 0,35%.

Grupo Transportes teve deflação de 0,87%
A principal contribuição para a queda do IPCA-15 veio do grupo Transportes, que, ao fechar o período com deflação de 0,87%, exerceu um impacto negativo de 0,16 ponto percentual nem agosto.

Em contrapartida, os grupos Habitação, com alta de 1,10%, e Saúde e Cuidados Pessoais (0,55%) foram os principais impactos positivos na inflação de agosto, contribuindo com 0,17 ponto percentual.

No caso do grupo Transportes, que, em julho, teve a segunda maior variação positiva, encerrou agosto com deflação de 0,87% em função da queda no item passagem aérea (-26,01%), principal impacto negativo no índice do mês, com 0,10 ponto percentual.

Já os combustíveis, com deflação de 1,32%, recuaram pelo segundo mês seguido, com redução nos preços médios do etanol (-5,80%), do óleo diesel (-0,50%) e da gasolina (-0,40%).

Na outra ponta, a alta de 1,10% do grupo Habitação foi pressionada, principalmente, pelo item Energia Elétrica, que, ao subir 3,59%, levou o grupo a exercer o maior impacto individual no mês: 0,14 ponto percentual.

Já em Saúde e Cuidados Pessoais, a alta de 0,55% veio por conta do item Plano de Saúde, que subiu 0,81% em razão do reajuste autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para os planos.

Inflação por regiões
Em agosto, todas as onze regiões pesquisadas pelo IBGE desaceleraram os preços de um mês para o outro, movimento similar ao de junho para julho. Além disso, cinco delas apresentaram deflação em agosto.

O menor resultado ficou com a região metropolitana de Curitiba (deflação de -0,26%), em função da queda no item passagem aérea (-27,63%). Também fecharam com deflação Fortaleza (-0,25%), Brasília (-0,23%), Belém) (-0,19%) e Recife (-0,06%).

O maior resultado ficou com a região metropolitana de São Paulo, cuja alta foi de 0,44%, em razão do reajuste de 15,84% nas tarifas de energia elétrica. Apenas mais uma região fechou com alta acima da média nacional de 0,13%: Salvador (0,24%). No Rio de Janeiro, a taxa ficou praticamente estável com alta de apenas 0,03%.

O IPCA-15 tem a mesma periodicidade do IPCA, a diferença é basicamente no período de coleta, que vai  da metade do mês anterior até a metade do mês de referência. Em agosto, o período foi de 13 de julho a 13 de agosto, comparado com os números de 14 de junho a 12 de julho.

O indicador, no entanto, refere-se às famílias com os mesmos rendimentos (de 1 a 40 salários), mas também tem abrangência geográfica menor.  

No caso do IPCA-15, envolve as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.

Inflação pelo IPC-S cai de 0,19% para 0,10%
A inflação - medida pelo Índice Nacional de Preços- Semanal (IPC-S) - voltou a cair na terceira semana de agosto.

Segundo dados divulgados hoje (23), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre FGV), o índice fechou a semana - encerrada no último dia 22 - com variação de preços de 0,10%, resultado 0,09 ponto percentual abaixo da taxa registrada na semana encerrada no último dia 15: 0,19%.

A retração reflete variações menores de preço em cinco das oito classes de despesa componentes do índice, com a maior contribuição vindo do grupo Habitação, que caiu de 0,71% para 0,49% entre as duas semanas. A retração foi puxada pelo comportamento do item tarifa de eletricidade residencial, cuja taxa passou de 2,55% para 0,94%.

Também registraram decréscimo em suas taxas de variação o grupo Transportes, que saiu de uma alta de 0,05% para uma deflação (inflação negativa) de 0,15%; seguido de Comunicação (de 0,34% para 0,17%); Alimentação (de -0,07% para -0,09%) e Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,31% para 0,29%).

Em contrapartida, apresentaram avanço em suas taxas de variação os grupos Educação, Leitura e Recreação, que, embora prossigam assinalando inflação negativa, tiveram a taxa passando de -0,23% para -0,17%; Despesas Diversas (de 0,25% para 0,44%) e Vestuário (de 0,50% para 0,49%).


Fonte: Agência Brasil
 

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