Crédito: Arquivo | Agência Brasil

Indústria potiguar ainda enfrenta problemas no mercado de insumos e matérias-primas

 

A indústria potiguar reagiu rapidamente aos impactos negativos da primeira onda da pandemia da Covid-19 em 2020. Retrações acentuadas ocorreram na atividade em abril e maio, mas em julho o crescimento havia sido retomado. Entretanto, as empresas esbarraram na dificuldade em adquirir insumos e matérias-primas, o que comprometeu o atendimento de suas encomendas. Atualmente, em torno de 33% das empresas industriais do estado têm deixado de atender plenamente a demanda pelos seus produtos. O problema atinge todo o país, para não dizer que é global.

Na primeira Sondagem Especial, da FIERN em parceria com a CNI, sobre o mercado de insumos e matérias-primas, publicada em outubro de 2020, obteve-se que 72% das empresas industriais do Rio Grande do Norte, dos setores Extrativo e de Transformação e da Construção, com problemas para atender a demanda de seus clientes, enfrentavam alguma dificuldade em conseguir insumos e/ou matérias-primas produzidos no país ainda que pagassem mais caro por eles. Em nova consulta no mês de novembro, 70% reafirmaram a dificuldade, e na terceira rodada, em fevereiro último, 70% ainda o reportaram.

Embora o percentual de empresas que enfrentam dificuldades para adquirir insumos nacionais tenha permanecido o mesmo, mais recentemente, verificou-se uma atenuação na gravidade do problema. Ou seja, se entre outubro e novembro de 2020 a proporção de empresas que enfrentavam muita dificuldade para acessar o mercado de insumos e matérias-primas aumentou de 33% para 40%, em fevereiro último houve um recuou para 27%. Ainda que em termos gerais as assinalações de muita dificuldade tenham diminuído, mais empresas das Indústrias Extrativas e de Transformação passaram a ser afetadas pelo problema (de 65% para 74% entre novembro e fevereiro), embora com menor gravidade, ao mesmo tempo em que se constatou recuo entre as da Construção (de 76% para 62%).

Quanto aos insumos importados, considerando as empresas industriais potiguares que os utilizam, 65% mencionaram, na consulta de fevereiro, que enfrentavam alguma dificuldade em obtê-los, mesmo pagando mais caro, e, dentre estas, 18% reportaram muita dificuldade.

Em relação às expectativas de normalização do mercado de insumos e/ou matérias-primas, 69% das empresas afetadas esperam que a oferta destes produtos produzidos no país se regularize a partir do segundo semestre de 2021 e 74% têm a mesma perspectiva em relação aos importados.

Os resultados nacionais da consulta de fevereiro, divulgados pela CNI no dia 09 de abril, são semelhantes aos potiguares. No conjunto do país, por exemplo, 45% das empresas da Indústria Geral (transformação e extrativa) e 30% das empresas da Indústria da Construção afirmam ter dificuldade em atender parte da demanda. A dificuldade para obter os insumos e/ou matérias-primas domésticos necessários à produção atinge 73% das empresas da Indústria Geral e 72% das da Indústria da Construção. Os problemas de abastecimento atingem também as empresas que usam insumos importados, 65% das empresas da Indústria Geral e 79% das da Construção apontaram dificuldade de acesso às matérias primas importadas, mesmo pagando mais caro.

A terceira Sondagem Especial da FIERN em parceria com a CNI, que examina os efeitos da pandemia de Covid-19 no mercado de insumos e matérias-primas na indústria potiguar, realizou consultas às empresas entre os dias 1º e 11 de fevereiro de 2021. Participaram da amostra 39 empresas, sendo 27 das indústrias Extrativas e de Transformação e 12 da Construção.

Mais informações: https://www.fiern.org.br/sondagem-especial-rn-industria-potiguar-ainda-enfrenta-problemas-no-mercado-de-insumos-e-materias-primas/

  Revista Negócios
 Veja Também