Crédito: João Vital

IG deve ser usado como diferencial competitivo para fruticultura

SEG. 14 DEZ

O Rio Grande do Norte responde pela maior produção nacional de melão do Brasil, com uma área de cultivo da ordem de 13 mil hectares plantados da fruta, cujo maior destino é o mercado internacional. E o fato de o melão produzido na Região Oeste possuir o selo de Indicação Geográfica (IG) de Procedência pode ser explorado como um diferencial competitivo entre compradores estrangeiros e consumidores brasileiros. Esse foi um dos temas em debate durante a Feira Internacional de Fruticultura Tropical Irrigada (Expofruit 2020), cuja programação foi encerrada nesta quinta-feira (10). Este ano, a edição ocorreu de forma remota, digitalmente, e tratou da valorização das oportunidades na fruticultura. A Expofruit 2020 é uma realização do Coex, do Sebrae e Ufersa com o apoio de diversos parceiros.

“As Indicações Geográficas (IG) são um mecanismo adequado para promover os diferenciais de qualidade das frutas brasileiras com base na origem e também para proteger a sua reputação, considerando também seu alcance de proteção internacional, por meio do Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio (TRIPS) da Organização Mundial do Comércio. Temos atualmente 12 Indicações Geográficas brasileiras de frutas registradas, porém com um potencial grande de reconhecimento de novas regiões produtoras, como é o caso do Oeste Potiguar”, destaca a analista de Inovação do Sebrae Nacional, Hulda Giesbrecht, que participou do evento.

Segundo Hulda, o aumento do consumo de frutas e hortaliças frescas e a busca por uma alimentação saudável representam uma oportunidade para ampliar vendas e com diferencias de origem, por meio das IGs. “A reputação das regiões com suas frutas típicas está limitada, muitas vezes, aos consumidores dessas próprias regiões. Precisamos ampliar esse reconhecimento, por meio de ampla divulgação, para o mercado brasileiro e no exterior”, defende a analista técnica do Sebrae Nacional.

Na avaliação de Hulda Giesbrecht, o país tem competitividade suficiente para alcançar novos mercados no exterior devido às especificidades dos nossos terroir - insolação, umidade, solo. “Nossas frutas têm sabor e qualidade diferenciados. O desafio é aprimorar nossas condições de produtividade e logística”, ressalta.

O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, ressaltou que a produção de frutas no país é uma realidade e é atualmente uma das atividades econômicas mais importantes da agricultura nacional. “A fruticultura dentro do agronegócio é uma atividade que emprega mais de cinco milhões de brasileiros, que vai do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte. Todos os estados estão envolvidos com essa atividade. O mundo inteiro está ávido para consumir os frutos brasileiros. Por isso, é importante continuar o processo de desburocratização, modernização, acesso ao crédito e a soluções inovadoras, que permitirão a dinamização e potencialização do setor, que é tão importante”, diz o ministro.

O gestor do projeto de Fruticultura do Sebrae-RN, Franco Marinho Ramos, fez um balanço desta edição da feira e ressaltou o êxito do evento. “Realizar a Expofruit 2020 online foi um grande desafio e uma decisão acertada. Tínhamos que manter a oportunidade de levar informações importantes e atualizadas, de interesse do segmento, que é um dos mais importantes do agronegócio. Estamos convictos de que os objetivos foram alcançados”, enfatiza Franco Marinho. Em três dias de feira virtual, temas importantes foram discutidos com participação de palestrantes nacionais, da Espanha e da República Dominicana.

Agência Sebrae

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