Iace e setor de serviços em queda, diz IBGE

 

O Indicador Antecedente da Economia (Iace) recuou 0,8% entre março e abril, ficando em 116,9 pontos. Das oitos séries de componentes que formam o índice, cinco contribuíram para a queda do indicador. O Iace é divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). Já o setor de serviços fechou o mês de março com queda de 0,2% em relação a fevereiro, na série com ajuste sazonal.

Pesquisador da FGV, Paulo Picchetti afirma que o recuo do índice em abril capta o sentimento de frustação em relação ao ritmo da retomada do crescimento. “Somando este resultado à quarta queda consecutiva do ICCE, a probabilidade associada a uma reversão do ciclo elevou-se ligeiramente. Por enquanto, um crescimento da atividade ao longo do ano continua a ser esperado, mas em menor intensidade”, disse o pesquisador.

Tendências
O Iace agrega oito componentes econômicos que medem a atividade econômica do país. Cada um deles busca antecipar tendências econômicas e juntos filtram os chamados “ruídos”, colaborando para tendências econômicas mais efetivas.

Os oito componentes do IACE são formadas pela Taxa referencial de swaps DI pré-fixada, do Bando Central; pelo índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo; pelos índices de Expectativa da Indústria, dos Serviços e do Consumidor; todos da Ibre/FGV; pelo índice de produção física de bens de consumo duráveis, do IBGE; pelo índice de Termos de Troca, da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) e pelo índice de quantum de exportações, da Funcex.

O índice foi lançado em julho de 2013 pela Fundação Getúlio Vargas e pelo The Conference Board, permitindo uma comparação dos ciclos econômicos do Brasil com outros 11 países: China, Estados Unidos, Zona do Euro, Austrália, França, Alemanha, Japão, México, Coréia, Espanha e Reino Unido.

Setor de serviços cai 0,2% em março
O setor de serviços fechou o mês de março com queda de 0,2% em relação a fevereiro, na série com ajuste sazonal. Com a retração de fevereiro para março, o setor fechou os primeiros três meses do ano com queda acumulada de 1,5%. Já o resultado acumulado dos últimos 12 meses fechou negativo em 2%.

Os dados relativos à Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) foram divulgados hoje (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e indicam que, em relação a março do ano passado, na série sem ajuste sazonal, o volume de serviços variou -0,8%.

Do ponto de vista da receita nominal do setor, o crescimento foi de 1,8% de fevereiro para março, com o acumulado do trimestre fechando em 1% e o dos últimos 12 meses em 2,5%. Na comparação com março do ano passado, o crescimento foi de 1,9% na receita nominal do setor.

Segundo o IBGE, a queda de 0,2% de fevereiro para março deste ano reflete variações negativas em três das cinco atividades investigadas, com destaque para serviços profissionais, administrativos e complementares, cuja retração foi de 1,8%. Os demais resultados negativos vieram dos segmentos de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-0,8%) e de outros serviços (-0,4%).

Fecharam com resultados positivos as atividades de serviços de informação e comunicação, que cresceram 2,3%, e os serviços prestados às famílias, com expansão de 2,1%. Já o agregado das atividades turísticas subiu 2% em relação a fevereiro.

Ainda na série com ajuste sazonal, o índice de média móvel trimestral para o total do volume de serviços recuou 0,7% no trimestre encerrado em março de 2018, frente ao nível do mês anterior, intensificando, assim, o ritmo de queda frente a fevereiro (-0,2%).

Atividades profissionais e administrativas contribuem para baixa do setor
O recuo de 0,2% no setor de serviços de fevereiro para março foi pressionado, principalmente, pelas atividades de serviços profissionais e administrativos. Ao recuar 1,8%, os serviços profissionais, administrativos e completares voltaram, em março, “ao ponto mais baixo da série histórica, que já havia sido atingido em janeiro de 2018”, segundo a publicação do IBGE, que começou a divulgar a pesquisa em 2011.

De acordo com o gerente da pesquisa mensal, Rodrigo Lobo, o volume de serviços, como um todo, ficou 12,8% abaixo do pico da série histórica, registrado em novembro de 2014, e apenas 0,8% acima do ponto mais baixo, que foi em março de 2017.

“Desde que atingiu o ponto mais baixo da série, o setor de serviços tem apresentado uma sequência de resultados positivos e negativos, oscilando perto desse patamar mais baixo”, disse o gerente.

Segundo Lobo, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares apresentou a 36ª taxa negativa, ao recuar 2,6%.

Juntamente com transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, cuja queda foi de 0,7%, os dois segmentos mostraram as quedas mais acentuadas no mês.

Resultados regionais
Apesar da queda de 0,2% no setor de serviços de fevereiro para março, apenas 8 dos 27 estados fecharam com resultados negativos. O destaque negativo ficou com o Rio Grande do Sul, que fechou março com queda de 2,9% frente a fevereiro, a terceira taxa negativa seguida, com perda acumulada de 7,3% no período.

Já as principais taxas positivas vieram do Rio de Janeiro, com crescimento de 0,8%, Distrito Federal (4,1%) e de São Paulo (0,2%). Em relação a igual mês de 2017, a queda de 0,8% foi acompanhada por 22 das 27 unidades da federação. Os recuos mais importantes foram observados em Minas Gerais (-3,2%), Bahia (-6,9%), Rio Grande do Sul (-3,7%) e Ceará (-8,9%). Já a expansão mais relevante para o índice nacional veio de São Paulo (1,4%).

Atividades turísticas
O índice de atividades turísticas avançou 2% em março em relação a fevereiro deste ano. Segundo o levantamento do IBGE, oito das 12 unidades da federação acompanharam o crescimento, com destaque para a expansão vinda de São Paulo, que chegou a 7,2%, Ceará (5,4%), Pernambuco (2,7%), Santa Catarina (2,0%) e Rio Grande do Sul (1,9%).

Já a Bahia, ao fechar com queda de 1,5%, registrou a retração mais acentuada. Em relação a março do ano passado, o volume de atividades turísticas recuou 0,9% no Brasil, reduzindo o ritmo de queda frente a fevereiro (-5,2%). Seis dos doze estados investigados tiveram queda, com destaque para Rio de Janeiro (-6,4%) e Bahia (-9,9).


Fonte: Agência Brasil
 

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