Cerca de 23% das micro e pequenas empresas fecham antes de completar cinco anos de atividade no Brasil, segundo estudo divulgado em 2021 pelo Serviço Brasileiro de Apoio a estes negócios (Sebrae). No caso dos Microempreendedores Individuais (MEIs), o índice chega a quase 30%. Para os pesquisadores, um dos principais motivos para o fim desses empreendimentos é a falta de planejamento e gestão financeira, sobretudo no contexto de crise econômica causado pela pandemia.
“O cenário certamente é desafiador para qualquer empreendedor. Justamente por isso, os cuidados com as finanças precisam ser redobrados. No entanto, mesmo questões básicas como controle do fluxo de caixa e classificação de despesas acabam, muitas vezes, sendo deixadas de lado por esses pequenos empreendedores por falta de conhecimento”, pontua Piero Contezini, CEO do Asaas. A fintech oferece uma plataforma completa de gestão financeira focada em autônomos e micro e pequenas empresas para mais de 56 mil clientes em todo país.
Outra pesquisa do Sebrae sobre o impacto do novo coronavírus nos pequenos negócios mostra que a pandemia acarretou, para a maioria, em uma perda média de 50% do faturamento, reforçando a importância da organização financeira para a manutenção dos empreendimentos em períodos adversos.
10% dos MEIs ainda não possuem conta bancária
Mesmo com tantas informações disponíveis gratuitamente hoje, 77% dos MEIs do país nunca fizeram um curso ou treinamento na área de gestão financeira. “Alguns alegam não ter tempo, enquanto outros acreditam que tem o negócio ‘na cabeça’. Assim, se perdem nos ganhos e nas despesas, não conseguem ter uma previsão de faturamento e acabam fechando o mês no vermelho”, comenta Contezini.
A má administração do fluxo de caixa é um problema grave, mas que pode ser facilmente resolvido caso o empreendedor se dedique a analisar as entradas e saídas rotineiramente. Para facilitar, hoje já existem diversos aplicativos e softwares de gestão financeira disponíveis no mercado a um preço acessível.
Para manter as contas organizadas, também é fundamental separar as verbas pessoais das empresariais. Embora seja uma dica bem comum, o Sebrae percebeu que apenas ⅓ dos MEIs têm uma conta de Pessoa Jurídica, enquanto cerca de 10% nem mesmo possuem conta bancária. “Essas estatísticas fazem parte da realidade do Brasil, onde a inclusão financeira ainda tem muito a avançar. Porém, hoje, diversas fintechs já estão trabalhando para desburocratizar o acesso ao sistema financeiro, permitindo que a população até então desbancarizada possa acessar diversos serviços de forma descomplicada e barata”, reforça.
Gestão de gastos e cobranças são alternativas
Com a organização em dia, o empreendedor consegue avaliar melhor sua situação financeira e, quando necessário, classificar quais despesas são essenciais e quais podem ser cortadas para a redução de gastos.
Além disso, segundo o CEO do Asaas, outra maneira de melhorar as finanças é incluir o gerenciamento de cobranças na estratégia do negócio. “O método não costuma ser uma prática comum entre micro e pequenas empresas, mas pode fazer uma grande diferença nos índices de inadimplência dos seus consumidores, garantindo a entrada dos pagamentos previstos e evitando prejuízos”.
A fintech oferece uma ferramenta para automatização dessa gestão — o recurso envia lembretes e faz ligações de voz alertando sobre a data de vencimento dos pagamentos. “Isso ajudou a diminuir em até 50% a inadimplência entre os clientes do Asaas, além de liberar o tempo dos empreendedores para outras atividades”, complementa.