Fernadinho Beira-Mar reclama posse de terreno na Pipa

TER. 29 MAI

A praia da Pipa, hoje o mais conhecido cartão postal do Rio Grande do Norte fora do Brasil, foi destaque na capa do Jornal O Globo deste final de semana. Mas não pelos atrativos turísticos e belezas naturais. A reportagem expõe a possibilidade do terreno onde hoje está sendo erguido um grande empreendimento na rua principal da Pipa, o Ile de Pipa, cujas obras estão bastante avançadas, ser do traficante Fernandinho Beira Mar. A reportagem causou revolta nos grupos de whattsapp e junto aos moradores da Pipa, que aproveitaram para denunciar possíveis irregularidades ambientais alegando as fotos aéreas apresentadas pela imprensa.

Informações apuradas pelo Portal Negócios e NOVO Jornal dão conta que o empreendimento, cuja campanha publicitária foi estrelada pela atriz global Cláudia Raia, foi quase todo vendido, restando apenas as últimas unidades. Alguns clientes que compraram já demonstram preocupação com os desdobramentos da questão jurídica levantada pela imprensa. “É um investimento alto. Todas as nossas economias foram aplicadas aí. Estamos preocupados e procurando informações. A empresa não se pronunciou”, informa um cliente que adquiriu um apartamento, mas pediu para não ser identificado.

A área do terreno de 17 mil metros quadrados é alvo de disputa entre Fernandinho Beira Mar e a sua ex defensora, a advogada Cecília Mara Machado. A advogada e o marido dela são denunciados por lavagem de dinheiro e organização criminosa, segundo aponta o jornal. A reportagem narra que uma prova forte é um bilhete escrito a mão por Beira-Mar, onde ele reclama ser o dono do terreno e determina que a advogada devolva tudo o que é dele.

Segundo a denúncia, o traficante passou o terreno a Cecília Machado para esconder que era o verdadeiro dono. A advogada nega e diz que o terreno, vendido em 2016, já pertencia ao marido quando começou a advogar para Beira-Mar. A matéria pode ser a ponta do iceberg de uma longa história que envolve desde lavagem de dinheiro do tráfico até negociações envolvendo questões ambientais. O Ministério Público Federal já tem conhecimento do fato.
 

  Revista Negócios
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