Faturamento da indústria sobe 26,4% no mês de junho

QUA. 01 AGO

A indústria recuperou perdas de faturamento registradas com a greve dos caminhoneiros, mas dados de horas trabalhadas, utilização da capacidade instalada e do mercado de trabalho ainda preocupam.

É o que afirma a Confederação Nacional da Indústria (CNI), ao divulgar nesta quarta-feira (1º) os indicadores mensais do setor. O faturamento real da indústria aumentou 26,4% em junho na comparação com maio, na série livre de influências sazonais, recuperando a queda de 16,7% de maio.

“O forte crescimento do faturamento deve ser analisado com cautela. Esse resultado excepcional é explicado pelo fim do represamento de embarques”, diz a CNI, na pesquisa. Mesmo com a recuperação, o 2º trimestre foi mais fraco que o anterior, com queda de 2,7% no faturamento.

Na comparação com junho de 2017, houve aumento do faturamento em 10,2%. No primeiro semestre, o crescimento ficou em 4,4% na comparação com o mesmo período de 2017.

Segundo a CNI, a recuperação das horas trabalhadas na produção e da utilização da capacidade instalada foi inferior ao recuo registrado em maio.

As horas trabalhadas na produção cresceram 1,3% em junho frente a maio, na série de dados dessazonalizados. Com isso, o indicador não conseguiu reverter a queda de 1,7% do mês anterior.

O nível de utilização da capacidade instalada aumentou 0,8 ponto percentual em junho na comparação com o mês anterior também na série com ajuste sazonal, depois de cair 2,2 pontos percentuais em maio.

Com a alta de junho, o nível de utilização da capacidade instalada ficou em 76,7%, menor do que os 77,2% registrados no mesmo mês de 2017, na série dessazonalizada.

Mercado de trabalho
O emprego no setor caiu 0,2% em junho frente a maio, na série livre de influências sazonais. Foi o segundo mês consecutivo de queda no indicador. No primeiro semestre do ano, o emprego subiu 0,6% em relação ao mesmo período de 2017.

A massa real de salários recuou 0,8% em junho na comparação com maio, também na série dessazonalizada. Foi a quarta queda consecutiva do indicador.

De janeiro a junho, a massa real de salários diminuiu 0,6% frente ao mesmo período do ano anterior. O rendimento médio real do trabalhador caiu 0,7% em junho frente a maio, na série com ajuste sazonal. No primeiro semestre, a perda é de 1,1% em relação ao período janeiro a junho de 2017.


Produtos industrializados sobem 2,28% nas portas das fábricas

O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que mede a variação de preços de produtos industrializados no momento em que saem das fábricas, registrou inflação de 2,28% em junho. A taxa é menor que os 2,55% de maio. O dado foi divulgado hoje (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPP acumula inflação de 8,62% nos seis primeiros meses do ano e de 13,45% em 12 meses.
 
Das 24 atividades industriais pesquisadas, 19 tiveram alta de preços, com destaque para indústrias extrativas (5,72%), outros produtos químicos (4,47%), alimentos (3,39%) e refino de petróleo e produtos de álcool (2,85%), que responderam pelas maiores taxas de inflação do mês e também tiveram os maiores impactos no IPP. Cinco atividades tiveram queda de preços no período, com destaque para perfumaria e sabões (-2,47%) e bebidas (-0,70%).
 
Entre as quatro grandes categorias econômicas, a maior taxa de inflação foi registrada entre os bens intermediários, isto é, os insumos industrializados usados no setor produtivo (2,88%). Os demais setores tiveram as seguintes taxas: bens de capital, isto é, as máquinas e equipamentos (0,96%), bens de consumo duráveis (0,36%) e bens de consumo semi e não duráveis (1,93%).


Fonte: Agência Brasil

 

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