Uma pesquisa feita pelo Sebrae e Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou que entre os meses de junho e julho desse ano, o percentual de empresários com dívidas em atraso caiu de 40% para 36%. Já a proporção de empresas com compromissos em dia passou de 28% para 33%. O levantamento revelou que os pequenos negócios que estão com as dívidas em dia têm algumas características em comum: são aquelas que mais utilizavam vendas pelas redes sociais antes da pandemia (53%) e já usavam ferramentas digitais de gestão do negócio. Além disso, a pesquisa indicou que essas MPE são as que mais conseguiram o empréstimo desejado (39%) contra 9% das empresas com dívida em atraso.
A pesquisa (a sexta de uma série iniciada em março), ouviu 6.506 donos de pequenos negócios de todos os estados brasileiros, além do Distrito Federal. Para o presidente do Sebrae, Carlos Melles, os dados mostram que o cenário ainda é preocupante, mas indicam também que os primeiros sinais de recuperação começam a ser percebidos. “O caminho será longo, íngreme e demorado. Mas já começamos a enxergar uma luz no fim do túnel”, comenta Melles. Ele ressalta, entretanto, que as medidas de apoio às micro e pequenas empresas precisam continuar: “A retomada da economia do país, a recuperação dos empregos e a geração de renda vai depender fundamentalmente da situação dos pequenos negócios. Não podemos descuidar do apoio a esse segmento. Um ponto delicado nesse processo é o nível de endividamento. As empresas passaram por forte redução de demanda e de caixa durante a pandemia, e isto ainda pode comprometer o nível de endividamento delas nos próximos meses”
Escolaridade
Considerando o perfil socioeconômico dos empresários, o estudo do Sebrae revelou que a maior diferença de realidade é observada no recorte de escolaridade. Segundo o levantamento, os mais escolarizados são a maioria entre os que têm dívidas em dia (63% têm superior incompleto ou mais). Já entre os donos de pequenos negócios com nível médio ou menos, a proporção de empresários com as divididas em dia é de 36%.
Outros números da Pesquisa
Entre a 3ª edição e a 6ª edição da sondagem (maio-julho), a proporção de MPE endividadas passou de 61% para 69%.
Atualmente, 36% têm dívidas em atraso, 33% têm dívidas (em dia) e 31% não têm dívidas.
As MPE sem dívidas trabalham proporcionalmente mais em casa (41%).
54% das MPE sem dívidas e 54% das que têm dívidas em dia estão em municípios que já reabriram.
As empresas com dívidas em dia são aquelas que mais utilizavam vendas pelas redes sociais antes da pandemia (53%).
As MPE com dívidas em atraso são as que mais passaram a vender nas redes sociais após o início da crise (18%).
Alta proporção das MPE em atraso começaram a usar ferramentas digitais de gestão do negócio, após a crise (42%).
Desde o início da crise, as MPE sem dívidas são as que menos procuraram empréstimo bancário (28%).
As MPE com dívidas em dia (66%) e em atraso (66%) procuraram mais os empréstimos.
As MPE em dia são as que mais conseguiram o empréstimo desejado (39%)
Agência Sebrae