Crédito: Marcello Casal Jr | Agência Brasil

Emprego com carteira assinada apresenta saldo positivo no RN

 

Após o balanço negativo de abril, o emprego com carteira assinada voltou a apresentar saldo positivo no Rio Grande do Norte. No mês de maio foram abertas +2.097 vagas, correspondentes à diferença entre 12.854 admissões e 10.757 desligamentos, resultando no aumento de 0,48% no total de empregados, segundo informações do Novo CAGED. Este é o segundo maior saldo potiguar de 2021, que registra quatro meses favoráveis às contratações.

É importante chamar a atenção de que o cenário projetado pelos dados de maio é quase que atípico para o estado, considerando que se trata de um período de baixa sazonal, quando costuma haver uma prevalência de saldos negativos na movimentação de mão de obra.

Na série histórica para meses de maio iniciada em 2010, apresentada na tabela, por exemplo, há apenas três registros de saldos positivos; e o resultado do mês em análise é o segundo maior, atrás apenas do de 2010 (+3.450 vagas). Este padrão se repetiu no conjunto da indústria, que abriu +284 vagas no mês, abaixo apenas das +1.939 geradas de 2010. Nos dados comparados da série, os de 2020 e de 2021 são do Novo CAGED.

Todos os grandes setores assinalaram saldo positivo no mês, indicando que mais atividades vêm se adaptando às condições restritivas de proximidade física entre as pessoas. Tal é o caso do setor de Serviços, que respondeu pelo maior volume de vagas criadas no mês (+1.045), com destaque para o agrupamento de Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (+620). Mas merece também destacar, mais uma vez, o desempenho da Administração pública, com contratações na Educação (+148) e na Saúde (+156). O comércio, em segundo lugar, abriu +645 postos de trabalho. A Indústria, incluindo a Construção, gerou +284 vagas e a Agropecuária, +123. Nesta última, o destaque ainda foi o cultivo de melões e de outras culturas temporárias.

Ainda sobre o balanço peculiar de maio, há duas informações quase que excepcionais para o período: vagas criadas no cultivo de melões, assim como na indústria sucroalcooleira. O mais comum é que no quinto mês do ano estas atividades já se encontrem em baixa sazonal no RN e, portanto, com um mínimo de movimentação de mão de obra, se não negativo. Mas como o Novo CAGED é um modelo de estimativas considerado transitório, é possível que algumas informações computadas em maio se refiram a dados de meses anteriores, repassados com atraso pelas empresas.

No período janeiro-maio, do total de 7.798 vagas com carteira criadas no Rio Grande do Norte, estima-se que 2.117 tenham sido geradas pela indústria (27,1%). E que das 28.460 dos últimos 12 meses, o setor tenha contribuído com, aproximadamente, 6.127 (21,5%). Quanto ao número de empregados em regime de CLT, o Novo CAGED os estima em 440.039, dos quais 98.634 (22,4%) em atividades industriais.

INDÚSTRIA

O saldo das +284 vagas de trabalho geradas pelo conjunto da Indústria potiguar em maio teve como principal protagonista a Extração mineral, mais especificamente o segmento de Atividades de apoio à extração de petróleo e gás natural (+334), pelo segundo mês consecutivo. Em seguida aparece o agrupamento de Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação (+88); dentro deste, o maior volume de vagas foi criado pela Coleta e tratamento de resíduos (+103).

O terceiro destaque foi o setor de Transformação, com o maior saldo de vínculos criados pela Fabricação de álcool (+192), mas com a ressalva de atipicidade mencionada na seção anterior. Apesar do balanço geral positivo, há também segmentos com destaques negativos dentro do setor de Transformação, como a Fabricação de estruturas pré-moldadas de concreto armado, em série e sob Encomenda (-191), que havia assinalado repetidos saldos positivos em meses anteriores, até abril; e o segmento de Confecção do vestuário e acessórios (-70).

O saldo mais negativo da Indústria foi registrado pela Construção Civil (-219), principalmente o subsetor de Obras de infraestrutura (-362), embora o segmento de Construção de edifícios tenha assinalado desempenho positivo (+149).

FIERN

  Revista Negócios
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